O dissidente cubano Guillermo Fariñas decidiu encerrar a greve de fome que mantinha há 135 dias, depois da confirmação de que Cuba vai libertar 52 prisioneiros políticos. A informação foi divulgada por uma colega dissidente, Gisela Delgado.
Delgado, que estava no grupo de opositores do governo que foi à Santa Clara visitar Fariñas, disse a repórteres do lado de fora do hospital que ele está sendo tratado e que encerrou a greve de fome "desde este momento".
A decisão de Fariñas, um psicólogo de 48 anos, é outro sinal importante que reduziria ainda mais a pressão internacional que pesa sobre as autoridades comunistas da ilha em relação aos direitos humanos. Fariñas, que pedia a libertação de 26 prisioneiros políticos em estado crítico de saúde, teve sua própria saúde muito debilitada pela falta de ingestão de alimentos.
Um médico informou no fim de semana passado que o dissidente cubano estava em "perigo potencial de vida" devido a um coágulo na veia jugular que complicou sua saúde. O temor é de que o coágulo possa ir direto ao coração e daí aos pulmões, e provocar uma embolia pulmonar, o que pode levar a morte. Essa afecção é comum em pacientes que como ele recebe alimentação parenteral prolongada mediante cateter, já que os riscos de infecções no sangue aumentam.
O fim da greve de fome de Fariñas foi resultado da libertação de 52 presos políticos, em acordo entre o Arcebispado de Havana e o governo cubano.
Lista
Em comunicado divulgado mais cedo, a Igreja cubana informou que serão libertados os presos Nelson Molinet, Claro Sánchez, José Daniel Ferrer García, Marcelo Manuel Cano Rodríguez, Ángel Juan Moya Acosta e Luis Enrique Ferrer García.
Todos os seis são presos detidos na Primavera Negra de 2003 e considerados como vítimas de perseguição política pela Anistia Internacional. Eles serão deslocados para prisões próximas a seus domicílios.
Os outros prisioneiros devem ser libertados gradualmente, dentro de quatro meses. Todos fazem parte do chamado "Grupo dos 75" condenados a penas de até 28 anos de prisão na onda repressiva da Primavera Negra de 2003.
Os outros prisioneiros devem ser libertados gradualmente, dentro de quatro meses. Todos fazem parte do chamado "Grupo dos 75" condenados a penas de até 28 anos de prisão na onda repressiva da Primavera Negra.
Esta decisão inscreve-se no diálogo aberto entre o regime cubano e a Igreja Católica e que foi respaldado e acompanhado pelo governo da Espanha, com a visita à ilha do ministro espanhol de Exteriores, Miguel Ángel Moratinos.