Fariñas, em foto de 10 de março: segundo médicos, manifestante estava com a saúde frágil e corria o risco de morrer a qualquer momento| Foto: Adalberto Roque/AFP

O dissidente cubano Guillermo Fariñas decidiu encerrar a greve de fome que mantinha há 135 dias, depois da confirmação de que Cuba vai libertar 52 prisioneiros políticos. A informação foi divulgada por uma colega dissidente, Gisela Delgado.

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Delgado, que estava no grupo de opositores do governo que foi à Santa Clara visitar Fariñas, disse a repórteres do lado de fora do hospital que ele está sendo tratado e que encerrou a greve de fome "desde este momento".

A decisão de Fariñas, um psicólogo de 48 anos, é outro sinal importante que reduziria ainda mais a pressão internacional que pesa sobre as autoridades comunistas da ilha em relação aos direitos humanos. Fariñas, que pedia a libertação de 26 prisioneiros políticos em estado crítico de saúde, teve sua própria saúde muito debilitada pela falta de ingestão de alimentos.

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Um médico informou no fim de semana passado que o dissidente cubano estava em "perigo potencial de vida" devido a um coágulo na veia jugular que complicou sua saúde. O temor é de que o coágulo possa ir direto ao coração e daí aos pulmões, e provocar uma embolia pulmonar, o que pode levar a morte. Essa afecção é comum em pa­­cientes que como ele recebe alimentação parenteral prolongada mediante cateter, já que os riscos de infecções no sangue aumentam.

O fim da greve de fome de Fa­­riñas foi resultado da libertação de 52 presos políticos, em acordo entre o Arcebispado de Havana e o governo cubano.

Lista

Em comunicado divulgado mais cedo, a Igreja cubana informou que serão libertados os presos Nelson Molinet, Claro Sán­­chez, José Daniel Ferrer García, Mar­­celo Manuel Cano Rodríguez, Ángel Juan Moya Acosta e Luis Enrique Ferrer García.

Todos os seis são presos detidos na Primavera Negra de 2003 e considerados como vítimas de perseguição política pela Anistia Internacional. Eles serão deslocados para prisões próximas a seus domicílios.

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Os outros prisioneiros devem ser libertados gradualmente, den­­tro de quatro meses. Todos fazem parte do chamado "Grupo dos 75" – condenados a penas de até 28 anos de prisão na onda repressiva da Primavera Negra de 2003.

Os outros prisioneiros devem ser libertados gradualmente, den­­tro de quatro meses. Todos fazem parte do chamado "Grupo dos 75" – condenados a penas de até 28 anos de prisão na onda re­­pressiva da Primavera Negra.

Esta decisão inscreve-se no diá­­­­logo aberto entre o regime cubano e a Igreja Católica e que foi respaldado e acompanhado pelo governo da Espanha, com a visita à ilha do ministro espanhol de Exteriores, Miguel Ángel Mora­­tinos.