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repressão

Dissidentes cubanos elogiam apoio de Obama; governo silencia

Dissidentes cubanos elogiaram nesta quinta-feira o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, por ter denunciado o mau tratamento que recebem do governo cubano e disseram que isso ajudou a sua causa.

Eles exaltaram Obama por ter ficado a seu lado no que parece ser uma nova e mais dura guinada do presidente norte-americano, que disse querer melhorar as relações entre Cuba e Estados Unidos, rompidas depois que Fidel Castro tomou o poder na revolução de 1959 e instalou no país o regime comunista.

O governo cubano, que vê os dissidentes como subversivos a serviço dos EUA, nada disse sobre o comunicado por escrito de Obama, divulgado na quarta-feira, em Washington. A imprensa estatal publicou nesta quinta-feira uma coluna do ex-presidente Fidel Castro, na qual ele elogia Obama por ter obtido esta semana a aprovação de sua reforma do sistema de saúde, mas ressaltando que Cuba possui atendimento universal à saúde há mais de 50 anos. O texto parece ter sido redigido antes da divulgação do comunicado de Obama.

O dissidente Guillermo Farinas, que está em greve de fome, disse em uma entrevista por telefone de sua cama de hospital na cidade de Santa Clara, centro do país, que a declaração de Obama não iria ter um efeito imediato, mas ajudaria a isolar o governo cubano.

"Isso é muito importante, considerando que com um governo totalitário, ditatorial, como o que existe aqui, não se deve negociar. É preciso condenar e isolar ditaduras", afirmou ele.

Farinas, de 48 anos, está no 29o dia de greve de fome, com o objetivo de obter a libertação de 26 prisioneiros políticos que estão doentes. Ele se prontificou a morrer por sua causa, se necessário.

Obama classificou a situação dos direitos humanos em Cuba de "profundamente perturbadora" e citou a recente morte do dissidente Orlando Zapata Tamayo, após uma greve de fome, e a repressão do grupo dissidente Damas de Branco na semana passada, durante manifestações em protesto pela prisão de 75 opositores do governo em 2003.

Durante a repressão, as mulheres, que são esposas e mães dos detidos em 2003, foram agredidas verbalmente por partidários do governo e chegaram a ser arrastadas pela polícia e forçadas a entrar em um ônibus quando faziam uma passeata por Havana por sete dias consecutivos.

"Esses fatos reforçam que em vez de abraçar uma oportunidade de entrar em uma nova era, as autoridades cubanas continuam a responder às aspirações do povo cubano com um punho fechado", disse Obama, que pediu a libertação imediata dos presos políticos cubanos, estimados em 200 pessoas.

"Em nome das Damas de Branco, agradeço a Obama por sua declaração criticando o governo", disse Berta Soler, cujo marido, Angel Moya, foi preso em 2003 e cumpre pena de 20 anos de prisão.

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