Os dissidentes cubanos libertados pelo governo de Raúl Castro e recebidos na terça-feira pela Espanha convocaram a imprensa ontem, em Madri, para reivindicar o status de asilados políticos e não o de imigrantes. A diferença é determinante para o futuro do grupo, que teria direitos especiais de abrigo e de renda, além de terem reconhecidas suas condições de perseguidos políticos em Cuba, e não de simples expatriados.
A entrevista foi convocada às pressas no mesmo dia em que outros dois ex-presos políticos, Luis Milán e Mijail Bárzaga, chegaram ao país, somando-se aos nove que desembarcaram nos últimos dois dias. Todos são parte dos 52 dissidentes que Havana decidiu libertar após um acordo fechado com a Igreja Católica e a Espanha.
De acordo com os líderes do movimento, o grupo - que ontem somava mais de 50 pessoas, entre ex-detentos e familiares - estaria entrando na legislação espanhola como "imigrante", quando essa não é sua condição. "Estamos em um limbo jurídico. Não somos livres, somos asilados políticos", disse o jornalista Julio Cesar Gálvez.
O ministro das Relações Exteriores espanhol, Miguel Ángel Moratinos, afirma que a opção pelo status de imigrante permite que os dissidentes possam, eventualmente, negociar o retorno a Cuba no futuro. Essa posição, porém, mudou ontem, quando o governo da Espanha entrou em contato com os líderes do grupo e ofereceu a abertura de pedidos de asilo. A insegurança levou os dissidentes a convocara a entrevista e pedir em público uma definição. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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