O Estado-Maior Central (EMC), principal grupo dissidente da extinta guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), admitiu a autoria do atentado com carro-bomba que deixou dois mortos em Timba, no departamento de Cauca, na Colômbia, e anunciou a "suspensão das ações ofensivas em todo o território nacional contra as forças militares e policiais" a partir desta sexta-feira (22), após um aumento da violência nas últimas semanas.
"Reconhecemos como um erro a imprecisão dessa ação militar na qual dois civis foram mortos e cinco ficaram feridos", declarou o grupo nesta sexta por meio de um comunicado divulgado em seus canais oficiais de comunicação.
O EMC anunciou "a suspensão das ações ofensivas em todo o território nacional contra as forças militares e policiais e garantias para que todas as forças políticas realizem o atual processo eleitoral de forma transparente e sem corrupção", em referência às eleições regionais do dia 29 de outubro.
O comando do grupo ordenou que "todas as frentes, colunas e companhias suspendam as ações ofensivas" a partir desta sexta-feira até o dia 8 de outubro, quando começa o cessar-fogo bilateral acertado em acordo com o governo pelo período de dez meses.
Após essa declaração, o EMC pediu ao presidente do país, Gustavo Petro, que "ordenasse uma medida semelhante".
"Se quisermos paz, vamos tomar decisões e parar a guerra", disse a organização dissidente das Farc.
Dois carros-bomba explodiram esta semana nos departamentos de Cauca e Valle del Cauca em frente a delegacias de polícia. O primeiro atentado matou duas pessoas - uma delas um professor -, e o segundo feriu cinco. Em ambos os casos, as instalações policiais não foram afetadas, mas várias casas próximas foram completamente destruídas.
Mesa de diálogo e cessar-fogo
Na última terça-feira (19), representantes do governo colombiano e dos guerrilheiros anunciaram em entrevista coletiva no departamento de Cauca que a mesa de diálogo será oficialmente estabelecida em 8 de outubro, quando também terá início um cessar-fogo de dez meses.
Essa não é a primeira vez que as partes cessaram as hostilidades. Entre janeiro e junho deste ano, houve um cessar-fogo que, no entanto, foi unilateral e parcialmente suspenso pelas autoridades do país em quatro departamentos após o assassinato de quatro menores indígenas pela guerrilha.
A incerteza é se todas as estruturas e colunas guerrilheiras vão aderir aos acordos firmados pelas delegações, especialmente as mais belicosas, que atuam justamente em Cauca.
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