Defesa dos direitos humanos: policiais protegem Damas de Branco durante protesto em frente do Parlamento de Cuba| Foto: Adalberto Roque/AFP

As Damas de Branco, mulheres e mães de 75 presos políticos cubanos, concluíram ontem uma inédita semana de passeatas em Havana, desafiando as autoridades para pedir a libertação de seus parentes, que estão presos há 7 anos.

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"Espero que não precisemos protestar no oitavo ano seguinte", disse à imprensa Lau­­ra Pol­­lán, líder das mulheres, durante caminhada até a sede do Parla­­mento Nacional.

Vestidas de branco e levando flores nas mãos – gladíolos –, as Damas de Branco são a única oposição nas ruas de Havana ao governo de Fidel e Raúl Castro. A mobilização mudou a rotina de Havana.

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Reyna Luisa Tamayo, mãe do preso Orlando Zapata, de 42 anos, morto no dia 23 de fevereiro depois de dois meses e meio de greve de fome por melhores condições carcerárias, acompanhou as mulheres em suas marchas. O protesto tem como pano de fundo outra greve de fome e sede realizada pelo jornalista e psicólogo Guillermo Fariñas.

O grupo iniciou suas atividades pouco depois das condenações de seus familiares a até 28 anos de prisão, acusados de servir a uma potência estrangeira (Estados Unidos), em uma detenção em massa que a dissidência batizou de "Primavera Negra".

As mulheres asseguram que não são um partido nem organização política, e que apenas pe­­dem a libertação de seus familiares, cujas fotos muitas vezes são mostradas em suas camisetas brancas durante os protestos pa­­cíficos. O grupo não tem um nú­­mero fixo de membros, mas sem­­pre aparecem entre 20 e 70 mu­­lheres, pois muitas moram nas províncias.

O governo as acusa de serem a "ponta de lança" da subversão financiada pelos Estados Uni­­dos, e as qualifica de "mercenárias", mas elas respondem: "ninguém nos paga, não somos mercenárias", assegura a líder Laura Pollán.