O presidente do Conselho Nacional de Transição (CNT), Mustafa Abdel Jalil, órgão político dos rebeldes líbios, afirmou ontem que o ditador Muamar Kadafi continua representando um perigo à Líbia e ao mundo, apesar de não ser visto há mais de uma semana.
Com esta justificativa, o líder rebelde pediu à Otan, aliança militar do Ocidente, que mantenha sua ajuda contra as forças leais ao ditador até o fim dos conflitos.
O paradeiro de Kadafi é desconhecido, apesar de muitos rumores apontarem para diferentes direções. Os rebeldes, que recebem ajuda da Otan também para encontrá-lo, ofereceram anistia e recompensa de US$ 1,3 milhão para quem o capturar, vivo ou morto.
Ontem, o avanço rebelde à cidade de Sirte, terra natal do ditador e um dos últimos redutos do regime, continuava. Segundo os rebeldes, combatentes insurgentes estão a 30 km a oeste de Sirte e cerca de 100 km ao leste, enquanto continuam os esforços mediadores para a rendição pactuada da cidade.
Segundo a rede Al Jazeera, as forças opositoras a Kadafi esperavam a chegada de reforços da capital Trípoli para enfrentar os leais ao regime, mas não havia sinal de que eles chegariam tão cedo.
"Até que Trípoli esteja totalmente segura, não vamos ver esses combatentes. E você vai precisar deles, se quiser iniciar batalhar em Sirte ou Sabha", disse repórter da rede.
Brigadas fiéis a Kadafi resistem ao avanço dos rebeldes na cidade de Sebha, 780 km ao sul de Trípoli, depois do fracasso de uma mediação para a rendição da cidade, informou a imprensa árabe e insurgente.
Segundo a Al Jazeera, pelo menos três insurgentes morreram e outros dez ficaram feridos nos confrontos no local. O canal acrescentou que as forças do ditador estão usando mísseis contra o bairro de Al-Qaeda para protegê-lo.
O site dos "Rebeldes do dia 17 de Fevereiro de Sebha" afirma que as forças fiéis a Kadafi rejeitaram a mediação para deixar as armas. "Sua resposta foi que ou compartilhamos a nova Líbia ou não entregaremos as armas", disse o grupo em sua página de Facebook.
Avião
Combatentes rebeldes assumiram no sábado o controle do Aeroporto Internacional de Trípoli após confronto com tropas leais a Kadafi. No domingo, os rebeldes foram vistos passeando, tirando fotos e se divertindo dentro do luxuoso avião pertencente a Kadafi.
Desde terça-feira, quando Kadafi e seus filhos desapareceram após rebeldes invadirem e assumirem o complexo em que o coronel estaria se refugiando em Trípoli, combatentes têm sido vistos saqueado e aproveitado as dependências de propriedades do ditador.