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Rogando praga

Ditador apoiado pelo PT acreditava que freiras rezavam por seu assassinato, segundo WikiLeaks

Ditador da Nicarágua, Daniel Ortega, em discurso de fevereiro de 2022. (Foto: EFE / Jorge Torres)

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Telegramas diplomáticos vazados pelo WikiLeaks revelaram que o ditador da Nicarágua, Daniel Ortega, acreditava que havia um grupo de freiras no país orando e rezando para que ele fosse assassinado, segundo um documento divulgado nesta segunda-feira pelo portal digital “Confidencial”.

Os telegramas vazados revelam uma conversa privada mantida em 24 de abril de 2009 pelo então embaixador dos Estados Unidos na Nicarágua, Robert Callahan, e pela ex-chefe da Polícia Nacional, Aminta Granera, após a assinatura da implementação da Iniciativa Mérida.

Na reunião, segundo o diplomata americano, Granera lhe disse que Ortega, um ex-guerrilheiro sandinista que está no poder desde 2007, era "completamente louco e que era uma ameaça ao país".

Além disso, teria lhe confidenciado que Ortega acreditava que ela, como chefe de polícia, tinha reuniões frequentes com o embaixador dos EUA para conspirar contra seu governo.

De acordo com o telegrama, Callahan sugeriu a Granera que se encontrassem em sua residência, para o café da manhã ou almoço, e a chefe de polícia disse que não ousaria, argumentando que isso alimentaria as suspeitas de Ortega.

"Ortega também acreditava, aparentemente, que havia um grupo de velhas freiras rezando por seu assassinato e viu isso como uma ação ameaçadora", segundo o telegrama do ex-embaixador dos EUA vazado pelo WikiLeaks e datado de 27 de abril de 2009, três dias depois do encontro com Granera.

Esse documento faz parte de um vazamento de 1.432 telegramas sobre a Nicarágua publicados pelo WikiLeaks, correspondentes ao período de 2006 a 2010, explicou o “Confidencial”, dirigido pelo jornalista nicaraguense exilado Carlos Fernando Chamorro.

O “Confidencial” indicou que acessou o telegrama diplomático 13 anos após "a expulsão irracional das freiras da ordem das Missionárias da Caridade, fundada por Madre Teresa de Calcutá, que deixou o país em 6 de julho" depois que as autoridades dissolveram sua associação.

O documento diplomático vazado pelo WikiLeaks não identifica a que ordens religiosas pertenciam as freiras, apenas que era um "grupo de freiras muito idosas".

Os telegramas diplomáticos vazados pelo WikiLeaks revelaram, na época, a visão que a embaixada dos Estados Unidos na Nicarágua tinha do ditador Ortega: um homem corrupto, inescrupuloso e autoritário, lembrou o “Confidencial”.

Vários dos telegramas denunciaram também o medo dos funcionários do Estado de sofrer represálias por fazerem declarações públicas, acrescentou o portal.

A Nicarágua vive uma crise política e social desde abril de 2018, que se agravou após as polêmicas eleições gerais de 7 de novembro, nas quais Ortega foi reeleito para um quinto mandato, o quarto consecutivo e o segundo junto com sua esposa, Rosario Murillo, como vice-presidente, com os principais candidatos opositores na prisão.

Ortega, de 76 anos, está no poder há 15 anos e 5 meses consecutivos, em meio a denúncias de autoritarismo e fraude eleitoral.

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