O ditador de Cuba, Miguel Díaz-Canel, expressou nesta quinta-feira (24) seu entusiasmo pela expansão do grupo de economias emergentes Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), que admitiram a entrada de mais seis novos países no bloco, incluindo a Argentina.
Díaz-Canel disse que essa ampliação fortalecerá a "relevância" do bloco no cenário mundial.
Durante a 15ª Cúpula de Chefes de Estado e de Governo dos Brics, realizada em Joanesburgo, na África do Sul, o ditador do regime cubano enfatizou que a autoridade dos Brics é ‘inquestionável” e que a expansão contribuirá para uma “transformação da arquitetura financeira internacional”, que, segundo ele, é “historicamente desigual”.
O ditador ainda elogiou o papel do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB) criado pelos Brics e a presidente dele, Dilma Roussef, e defendeu que ele se torne uma “alternativa às instituições financeiras tradicionais”, que muitas vezes, segundo ele, “exploram as nações do Sul”. Díaz-Canel também aplaudiu a iniciativa dos Brics de estabelecer um mecanismo de reserva de moeda estrangeira diversificado.
Díaz-Canel também propôs a expansão das ações conjuntas dos bancos dos países dos Brics, incluindo a possibilidade de uma moeda única para suas operações, com o objetivo de “reduzir a dependência da moeda americana” e sua “influência global prejudicial”.
O ditador cubano criticou o Ocidente e alegou que os Brics, juntamente com o Grupo dos 77 e a China, exercem um papel na busca por uma “ordem mundial mais justa”. Ele afirmou que essa não é apenas uma opção, mas sim a “única alternativa viável”.
Enquanto isso, o ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, ratificou também nesta quinta-feira o interesse do país em ingressar no grupo dos Brics, enfatizando a importância da admissão dos países membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep).
“Queremos contribuir para este modelo mundial com as maiores reservas de petróleo certificadas do nosso país, entre outras riquezas, o nosso país possui abundantes recursos minerais”, disse o ditador venezuelano.
Maduro destacou que a entrada de países da Opep permite ao bloco controlar uma porcentagem significativa das reservas globais de petróleo e gás.
"Dos 23 candidatos no eventual processo de ampliação dos Brics, sete deles pertencem à Opep, que abastece uma porcentagem fundamental do mercado mundial, e entre nós agrupamos 77% das reservas de petróleo do mundo”, disse Maduro.
Maduro também mencionou a capacidade da Venezuela de contribuir com sua “experiência na resistência a sanções econômicas” e seu “compromisso em promover relações políticas e econômicas sólidas” entre os Brics e as nações da América Latina e do Caribe.
O ditador venezuelano reafirmou também a necessidade de avançar na “desdolarização da economia global”, considerando o uso do dólar americano “como arma econômica”.
A expansão dos Brics, apoiada pela China, é vista como um esforço para aumentar a influência dessas economias emergentes nas instituições internacionais e “equilibrar o poder dominante” dos Estados Unidos e da Europa.
O grupo, antes composto apenas por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, passará a contar agora também com a Argentina, Arábia Saudita, Egito, Etiópia, Emirados Árabes Unidos e Irã.