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O ditador de Cuba, Miguel Díaz-Canel, disse nesta sexta-feira (25) que os Estados Unidos "intensificaram" sua "perseguição financeira e energética" contra o país caribenho, que vive sob o regime castrista há mais de 60 anos.
A declaração do ditador cubano ocorreu durante sua visita a Moçambique nesta sexta.
"Em Cuba estamos passando por momentos difíceis. Há três anos aumentou a política de asfixia [de Washington]", disse o ditador Díaz-Canel, em um banquete realizado no Palácio da Ponta Vermelha, em Maputo, residência oficial do presidente de Moçambique, Filipe Nyusi.
"No segundo semestre de 2019, o governo de Donald Trump reforçou as medidas de bloqueio [...] e, como se isso não bastasse, [...] incluiu Cuba entre os países que supostamente apoiam o terrorismo", afirmou.
De acordo com o líder do regime cubano, os EUA são "o país que mais praticou terrorismo e que mais apoiou o terrorismo na história da humanidade".
Por sua vez, o presidente do país africano, Nyusi, prometeu que Moçambique continuará a apoiar as causas do “povo irmão e amigo de Cuba” nos fóruns internacionais, com especial ênfase na necessidade de reverter “incondicionalmente o bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto a Cuba há mais de meio século".
Antes, os dois líderes discutiram possíveis áreas nas quais seus países poderiam expandir a cooperação, como "tecnologias de informação e comunicação" ou a "área de prevenção de desastres naturais".
Díaz-Canel também visitou a Assembleia Nacional de Moçambique e se reuniu com a presidente da casa, Esperança Bias.
Cuba e Moçambique mantêm relações diplomáticas desde agosto de 1975 e, em março de 1977, o então ditador de Cuba, Fidel Castro, fez uma visita oficial ao país africano.
Em junho de 2017, Nyusi viajou para Havana e se reuniu com o ditador cubano na época, Raúl Castro.
A viagem de Díaz-Canel a Maputo é, portanto, a primeira de um chefe de Estado cubano ao país africano em 46 anos.
Moçambique é a terceira parada de uma viagem que o ditador de Cuba vem realizando por países do continente africano. Ela teve início no dia 20, em Angola, e posteriormente ele esteve na África do Sul, onde participou da cúpula do grupo dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).
Antes de retornar a Cuba, Díaz-Canel também deve visitar a Namíbia.