Depois de 34 dias sem aparecer em público, o ditador da Nicarágua, Daniel Ortega, apareceu ao final da tarde desta quarta-feira (15) em pronunciamento ao vivo transmitido em rede nacional no país. Em meio à pandemia de Covid-19, o mandatário não anunciou medidas concretas de combate ao avanço do vírus, como quarentena nacional ou fechamento de escolas, informou o jornal local La Prensa.
"Em meio a essa pandemia, não deixamos de trabalhar, porque aqui, se deixamos de trabalhar, o país morre, e se o país morre, o povo morre", disse Ortega em seu discurso. "Imagine se mandamos a polícia se isolar, ou o exército se isolar. O país desaparece".
Ortega estava ao lado de membros do seu gabinete e falou durante cerca de 25 minutos. A transmissão havia sido anunciada mais cedo por sua esposa e vice-presidente, Rosario Murillo. O ditador não deu explicações sobre a sua ausência pública nas últimas semanas.
Ele disse que o vírus matou "apenas uma pessoa" em seu país e afirmou que a Nicarágua tem o menor número de casos de coronavírus na América Central. Ortega justificou a falta de medidas de distanciamento social dizendo que elas afetariam a economia do país.
"De maneira ordenada adotamos medidas guiadas pelas normas internacionais, mas aplicadas de acordo com nossa realidade e nossas possibilidades materiais e econômicas", disse Ortega, segundo o Confidencial.
Contrariando as recomendações de autoridades de saúde mundiais, o regime orteguista convocou apoiadores para a marcha "Amor em tempos de Covid" e para festividades na Semana Santa. O seu regime também implementou uma operação de visitas "de casa em casa" por profissionais de saúde.
Durante a sua ausência, houve especulações sobre o estado de saúde de Ortega, incluindo rumores sobre a sua morte.
A Nicarágua confirmou o seu primeiro caso positivo para Covid-19 em 12 de março. Até esta quarta-feira (15), o país, de 6,2 milhões de habitantes, registra nove casos e uma morte por infecção pelo novo coronavírus; quatro se recuperaram, segundo os dados oficiais.
Como a eleição de Trump afeta Lula, STF e parceria com a China
Alexandre de Moraes cita a si mesmo 44 vezes em operação que mira Bolsonaro; acompanhe o Entrelinhas
Policial federal preso diz que foi cooptado por agente da cúpula da Abin para espionar Lula
Rússia lança pela 1ª vez míssil balístico intercontinental contra a Ucrânia
Deixe sua opinião