O ditador, presidente de Belarus no leste europeu, Alexander Lukashenko, fez um convite oficial ao presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para discutirem mecanismos para colocar fim à guerra entre Rússia e Ucrânia alegando a “necessidade de soluções diplomáticas entre os países”.
Belarus é um aliado de Vladimir Putin, presidente da Rússia e chegou a ser usado, em fevereiro de 2022, como plataforma na invasão à Ucrânia.
Há poucos meses a Rússia enviou armas nucleares a Belarus e alertou que as usaria caso fosse atacado por forças ucranianas. O país também votou contra resoluções da ONU que condenaram a invasão russa.
No poder desde 1994, o ditador Alexander Lukashenko é acusado de ter fraudado eleições e um referendo que propunha mudanças na constituição. Acusado de prender e torturar opositores políticos, Lukashenko pediu que o convite a Lula fosse formalizado ao ministro brasileiro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, por meio de seu ministro da mesma pasta, Sergei Aleinik. O encontro entre ambos ocorreu em Nova Iorque na sexta-feira (22), onde é realizada a Assembleia Geral da ONU.
No X, antigo Twitter, o perfil oficial do Itamaraty publicou uma foto dos dois chanceleres informando que o “Ministro Mauro Vieira manteve reunião bilateral hoje (ontem), em Nova Iorque, com o Ministro de Negócios Estrangeiros da Bielorrússia , Sergey Aleinik, durante a qual trataram da guerra na Ucrânia e da dinamização das relações económicas bilaterais”. O país é um importante produtor de adubos e fertilizantes, muito utilizados nas lavouras brasileiras.
Comissão proposta por Lula não inclui Belarus
Lula tem defendido a criação de uma comissão entre países sem relação direta com a guerra, mas não inclui Belarus. O presidente brasileiro defende que o grupo poderia debater alternativas à guerra que já se estende por mais de um ano e meio.
O presidente brasileiro se encontrou nesta semana em Nova Iorque com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, após uma série de desencontros de agendas. Volodymyr Zelensky já criticou publicamente a postura do governo Lula ao não se posicionar contra os ataques que o país sofre da Rússia.