A Venezuela anunciou nesta quinta-feira (3) a prisão de 11 altos executivos do maior banco privado do país, o Banesco, por "ataques contra a moeda venezuelana".
Trata-se da última ação do governo do ditador Nicolás Maduro contra o setor privado, acusado frequentemente de fomentar a crise econômica no país.
O procurador Tarek Saab anunciou as prisões na TV estatal, sem apresentar provas das alegações nem permitir perguntas de jornalistas.
O banco tem cerca tem 6 milhões de clientes, e sua sede em Caracas, com 65.000 m² e conhecida como Cidade Banesco, é a maior sede de um banco na América Latina.
Entre os detidos estão o CEO do banco, Oscar Doval, três vice-presidentes e um consultor jurídico, segundo o jornal venezuelano El Universal.
Na quarta (2), o vice-presidente da Venezuela, Tareck El Aissami, já havia anunciado o bloqueio de 1.133 contas bancárias do país, 90% delas do Banesco, por supostas irregularidades investigadas pela "Operação Mãos de Papel". Três casas de câmbio virtuais também foram fechadas.
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Com hiperinflação de 6.000% anuais, segundo a Assembleia Nacional de maioria opositora (o FMI fala em 1.088% em 2017), a evaporação do papel-moeda se soma à escassez de alimentos e de remédios.
Sob escrito controle do chavismo, a moeda é cotada no câmbio oficial a 69 mil bolívares o dólar. Mas no mercado negro, a cotação chega a 800 mil bolívares por dólar.
A maioria dessas contas "facilita o funcionamento de empresas de fachada dedicadas ao tráfico de moeda e a fixação criminosa do dólar", afirmou o vice-presidente.
El Aissami acusou ainda o Banesco de não pedir comprovação de residência dos clientes e não informou à Superintendência das Instituições do Setor Bancário os clientes cujos movimentos bancários não correspondem com seus perfis financeiros.
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