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A opositora cubana Berta Soler, líder das Damas de Branco, em entrevista à imprensa concedida no dia 9 de março de 2016, em Havana (Cuba).
A opositora cubana Berta Soler, líder das Damas de Branco, em entrevista à imprensa concedida no dia 9 de março de 2016, em Havana (Cuba).| Foto: EFE/ Alexander Ernest

A líder do coletivo dissidente cubano Damas de Branco, Berta Soler, foi libertada nesta segunda-feira (06) após uma nova detenção de várias horas, a quarta até o momento apenas neste ano.

A ação policial — na qual também foi detido seu marido, o ex-preso político Ángel Moya — ocorreu ao meio-dia de domingo, quando os opositores deixaram a sede das Damas de Branco no bairro de Lawton, em Havana, segundo relatou Moya em seu perfil no Facebook.

A denúncia inclui um vídeo que mostra o momento da prisão, realizada na rua por sete mulheres vestidas como civis.

“Durante a prisão, vários repressores da Segurança do Estado estavam gravando com seus celulares”, escreveu Moya.

O marido de Soler especificou que esta foi a 38ª prisão — todas aos domingos — desde que no início de 2022 a líder do grupo de oposição decidiu retomar seus protestos dominicais, uma vez superada a fase mais dura pandemia do coronavírus na ilha, para exigir a libertação dos presos políticos.

Como nas prisões anteriores, Soler e Moya foram levados separadamente para unidades policiais nos municípios de San Miguel del Padrón e Guanabacoa, respectivamente, onde foram multados em 30 pesos cubanos (o equivalente a US$ 1,25 pelo câmbio oficial, R$ 6,43).

Segundo o relato de Moya, ambos permaneceram confinados em celas até serem liberados na manhã desta segunda-feira.

O ex-preso político denunciou mais uma vez que, desde 2 de janeiro, ele e Soler estão com seus serviços de dados móveis bloqueados e só podem se conectar à internet por wi-fi.

Berta Soler é uma das fundadoras das Damas de Branco, um movimento de mulheres que surgiu por iniciativa de familiares dos 75 dissidentes e jornalistas independentes — incluindo Moya — condenados durante a onda de repressão de 2003 conhecida como "primavera negra".

A União Europeia (UE) e as ONGs Human Rights Watch e Anistia Internacional criticaram essa onda de prisões e condenações, qualificando-as como políticas.

Por sua vez, as autoridades cubanas alegaram sem evidências que os dissidentes acusados ​​estavam violando a soberania nacional por ordem dos Estados Unidos.

As Damas de Branco receberam o Prêmio Sakharov para a Liberdade de Pensamento do Parlamento Europeu em 2005.

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