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A ditadura da Nicarágua, que promove uma grande perseguição à Igreja Católica, prendeu mais um membro do clero e impediu outro de retornar ao país.
Segundo o presidente da Fundação para a Liberdade da Nicarágua e ex-candidato à presidência Félix Maradiaga, o padre Fernando Zamora Silva, chanceler da Diocese de Siuna, na região da Costa Norte do Caribe, foi detido pela polícia sandinista depois de participar de uma atividade religiosa na capital do país, Manágua, na noite de domingo (9).
“O padre católico Fernando Zamora Silva foi detido arbitrariamente na Nicarágua, aumentando a perseguição contra a Igreja Católica. Apelamos à comunidade internacional para abordar esta grave situação e exigir ação”, escreveu Maradiaga no Twitter. As acusações contra Zamora não foram divulgadas.
Em entrevista à Agência Católica de Informações (ACI), Maradiaga acrescentou que “outros quatro sacerdotes, incluindo dom Rolando Álvarez, bispo da diocese de Matagalpa, também estão detidos arbitrariamente”, fazendo referência ao bispo condenado em fevereiro a mais de 26 anos de prisão por “traição à pátria”.
Na semana passada, foi divulgado que Álvarez chegou a ser liberado da prisão após intermediação do Ministério das Relações Exteriores do Vaticano, mas logo depois foi informado que o bispo voltou a ser preso por falta de um acordo para que fosse colocado em liberdade.
A pesquisadora Martha Patricia Molina afirmou no Twitter que a ditadura de Daniel Ortega, também no último fim de semana, impediu o retorno ao país do padre Juan Carlos Sánchez, vigário da paróquia São Francisco de Assis, em Manágua.
Ele havia viajado para a Bolívia e os Estados Unidos e foi impedido no aeroporto de Miami de pegar um voo para a Nicarágua por autoridades do país centro-americano.
A Nicarágua intensificou desde o ano passado a perseguição à Igreja Católica, com prisões e expulsões de religiosos do país, apropriação de bens, congelamento de contas e proibição de atividades.
O ditador Daniel Ortega acusa a Igreja de tentar derrubá-lo, por ter apoiado e acolhido manifestantes dos protestos pró-democracia de 2018.
