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Perseguição à Igreja

Ditadura da Nicarágua prende sexto padre em nove dias

Os ditadores da Nicarágua, Daniel Ortega, e de Cuba, Miguel Díaz-Canel, durante a cúpula G77+China, em Havana, em setembro (Foto: EFE/Ernesto Mastrascusa)

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O padre Ramón Esteban Angulo Reyes foi preso por agentes da Polícia Nacional da Nicarágua, tornando-se o sexto pároco a ser preso no país nos últimos nove dias e o 13º neste ano, denunciaram paroquianos nesta segunda-feira (9).

Os paroquianos disseram à imprensa nicaraguense que Reyes, que dirige a igreja de Nossa Senhora de Fátima, na comunidade de Wapy, na região autônoma da Costa Sul do Caribe, foi preso na tarde de domingo (8) por policiais depois de ser convocado por eles para uma reunião.

A Polícia Nacional - chefiada por Francisco Díaz, consogro do ditador do país, Daniel Ortega - não comentou a denúncia, nem falou sobre as prisões anteriores.

Entre domingo e segunda-feira da semana passada, os padres José Iván Centeno, Julio Ricardo Norori e Cristóbal Gadea foram presos pela Polícia Nacional, que os levou para a capital, Manágua.

Na noite de quinta-feira, o padre Álvaro Toledo foi preso, e no sábado o mesmo aconteceu com o padre Yesner Cipriano Pineda Meneses.

Esses cinco sacerdotes pertencem à diocese de Estelí, cujo administrador apostólico é o bispo Rolando José Álvarez Lagos, que foi condenado em fevereiro a 26 anos e quatro meses de prisão por crimes considerados traição à pátria.

A pesquisadora religiosa Martha Patricia Molina, autora do estudo intitulado “Nicarágua: Uma Igreja Perseguida?”, que monitora a situação dos padres no país, escreveu em sua conta na rede social X (ex-Twitter) que “a maioria das paróquias onde os padres foram sequestrados não está celebrando missa”.

“As comunidades do interior da Nicarágua que ficaram sem sacerdotes estão celebrando a palavra e rezando pelo pronto retorno de seus sacerdotes”, disse.

De acordo com Molina, agentes do governo de Ortega mantêm vigilância diária sobre vários sacerdotes, inclusive os fotografando.

As relações do governo de Daniel Ortega com a Igreja Católica foram marcadas pela expulsão e prisão de padres, pela proibição de atividades religiosas e pela suspensão das relações com o Vaticano.

O papa Francisco chamou o governo sandinista de “ditadura grosseira” em uma entrevista ao portal Infobae, na qual apontou “um desequilíbrio na pessoa que lidera” o país, em referência a Ortega.

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