A ditadura da Nicarágua sequestrou o padre Osman José Amador Guillén, que havia pedido orações por dom Rolando Álvarez, bispo de Matagalpa, condenado a mais de 26 anos de prisão pela ditadura sandinista em fevereiro por “traição à pátria”.
A informação sobre o sequestro de Guillén foi repassada à Agência Católica de Informações (ACI) pela advogada e pesquisadora Martha Patricia Molina, autora de um relatório sobre a perseguição do regime do ditador Daniel Ortega à Igreja. Ela disse que o padre “foi sequestrado pela polícia sandinista” na noite de sexta-feira (8).
“Não houve ordem judicial que justificasse sua prisão. Seu paradeiro é desconhecido. Recentemente, pediu orações por dom Rolando Álvarez e por isso o sequestraram”, disse.
Fontes ouvidas pelo jornal nicaraguense El Confidencial disseram que o sequestro ocorreu quando um grupo de agentes de choque invadiu uma igreja de Estelí, cidade localizada no noroeste da Nicarágua, durante uma reunião entre membros do clero.
À ACI, Molina afirmou que o sequestro pode estar ligado ao caso dos padres Pastor Eugenio Rodríguez Benavides e Leonardo Guevara Gutiérrez, presos em maio e que são investigados por “assuntos administrativos da extinta Cáritas Diocesana de Estelí”, da qual Guillén foi o último diretor.
A Nicarágua intensificou desde o ano passado a perseguição à Igreja Católica, com prisões e expulsões de religiosos do país, apropriação de bens, congelamento de contas e proibição de atividades, incluindo o confisco de uma universidade vinculada aos jesuítas.
O ditador Daniel Ortega acusa a Igreja de tentar derrubá-lo, por ter apoiado e acolhido manifestantes dos protestos pró-democracia de 2018.
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