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Ditadura de Nicolás Maduro estava no grupo, mas não conseguiu ser reeleita após campanha contra sua candidatura feita por grupos defensores dos direitos humanos
Ditadura de Nicolás Maduro estava no grupo, mas não conseguiu ser reeleita após campanha contra sua candidatura feita por grupos defensores dos direitos humanos| Foto: EFE/Miguel Gutiérrez

Chile e Costa Rica foram eleitos nesta terça-feira (11) como novos integrantes do Conselho de Direitos Humanos da ONU, deixando de fora a Venezuela, que se candidatou a uma das duas vagas abertas para países da América Latina e Caribe.

A candidatura chilena recebeu 144 votos, a costarriquenha obteve 134, enquanto a venezuelana ficou com 88, nas eleições realizadas na Assembleia Geral das Nações Unidas, que definiu 14 novos membros do órgão para o período de 2023 a 2025.

A Venezuela, que estava atualmente no Conselho, buscava a reeleição, enquanto diversos grupos de defesa dos direitos humanos faziam campanha contra o país, devido ao histórico de repressão da ditadura de Nicolás Maduro.

O diretor para a ONU da Human Rights Watch (HRW), Louis Charbonneau, comemorou que a Assembleia Geral tenha “fechado a porta” para a Venezuela e relembrou que existem provas de que Maduro e outros funcionários do alto escalão do Executivo são responsáveis por crimes contra a humanidade.

“Um governo que enfrenta esse tipo de acusações não deve ter cadeira no máximo órgão de direitos da ONU”, disse o representante da ONG após a votação.

A Missão Internacional Independente das Nações Unidas para a Venezuela acusou no mês passado os órgãos de inteligência civil e militar do país (Sebin e Dgcim, respectivamente) de crimes de lesa humanidade ao reprimir a oposição política, através de abusos ordenados “do mais alto escalão”.

Em um relatório, os especialistas descreveram, entre outras coisas, a tortura e os maus-tratos sofridos por dezenas de pessoas nos centros de detenção da inteligência venezuelana.

Além disso, o próprio Conselho de Direitos Humanos aprovou na semana passada, com a oposição do governo de Maduro, continuar investigando e documentando as violações no país.

Chile e Costa Rica ingressarão em janeiro do ano que vem no Conselho, que é composto de 47 integrantes, e se juntarão aos também latino-americanos Argentina, Bolívia, Cuba, Honduras, México e Paraguai.

No grupo da Ásia e Pacífico, os eleitos nesta terça-feira foram Bangladesh, Quirguistão, Maldivas y Vietnã, que deixaram fora a Coreia do Sul - que buscava reeleição -, e Afeganistão - cujo assento na ONU segue nas mãos do governo derrubado pelos talibãs.

A candidatura vietnamita era uma das mais questionadas pelos grupos de defesa dos direitos humanos, que denuncia a supressão no país de direitos básicos civis e políticos.

As organizações também se opuseram ao voto no Afeganistão, onde as violações dos direitos das mulheres e das crianças são sistemáticas.

No restante dos blocos regionais, as candidaturas foram apresentadas sem oposição, com a votação sendo, praticamente, um trâmite protocolar.

Na África, foram escolhidos África do Sul, Argélia, Marrocos e Sudão; no Leste Europeu, Geórgia e Romênia; e na Europa Ocidental, Alemanha e Bélgica.

O Conselho de Direitos Humanos foi criado em 2006, substituindo a Comissão de Direitos Humanos, extinta após 60 anos de trabalhos, pela crise de legitimidade que se tornou pivô, após decisões vistas como parciais, politizadas e desequilibradas.

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