Ouça este conteúdo
A ditadura da Nicarágua, liderada por Daniel Ortega, retornou com uma prática política muito usada durante a década de 1980 no país: a de confiscar bens de opositores e dissidentes do exílio.
Segundo reportagem do jornal americano The New York Times, funcionários do governo começaram uma série de arrombamentos a residências em Manágua, "transferindo" a posse dos imóveis ao Estado.
Isso se deu após críticos da ditadura sandinista serem perseguidos por Ortega e seus apoiadores, que tiraram a nacionalidade nicaraguense de diversos ativistas e opositores políticos declarados "traidores", com casos de políticos e padres que precisaram deixar o país ou foram presos.
Com isso, esses cidadãos perderam o direito à propriedade e à cidadania. Ao todo, mais de 300 pessoas foram acusadas de traição e perderam seus bens no país.
Na semana passada, a ditadura sandinista confiscou uma escola particular fundada pela Universidade Harvard há 60 anos. A Igreja Católica também está na mira de Ortega, que deu ordens de prisão a religiosos e também confiscou igrejas sediadas na Nicarágua.
O governo já afirmou em diversos momentos que considera todos os que são contrários à ditadura terroristas.
O próprio ditador Ortega reside em um imóvel com seis dormitórios em Manágua, de quase um quarteirão, confiscado de um adversário político. Um dos casos mais recentes de confisco foi de dois ex-ministros das Relações Exteriores, que tiveram suas casas invadidas pelo Estado.