Mudança foi anunciada pelo ditador Daniel Ortega após Brasil se oferecer para receber opositores que tiveram sua nacionalidade retirada, mas troca seria apenas protocolar| Foto: EFE/Jorge Torres
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O ditador da Nicarágua, Daniel Ortega, destituiu nesta quinta-feira (16) Lorena del Carmen Martínez como embaixadora da Nicarágua no Brasil, segundo informou o jornal oficial La Gaceta.

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Por meio do decreto presidencial número 23-2023, o ditador nicaraguense anulou a nomeação de Martínez para o cargo de embaixadora no Brasil, para o qual havia sido designada em 1º de julho de 2013.

O ministro das Relações Exteriores da Nicarágua, o general reformado Denis Moncada Colindres, nomeou Gadiel Osmani Arce Zepeda para o cargo de ministro conselheiro com funções consulares da Nicarágua no Brasil.

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Essas mudanças na delegação diplomática da Nicarágua no Brasil ocorrem nove dias depois de o governo brasileiro se oferecer para receber os mais de 300 opositores e críticos do governo Ortega que perderam a nacionalidade nas últimas semanas.

Essa medida permite que os apátridas residam no Brasil e, após regularizar sua situação imigratória, também os habilita a requerer a nacionalidade brasileira.

Na ocasião, o Brasil mudou o tom e manifestou preocupação com “relatos de sérias violações de direitos humanos e restrições ao espaço democrático naquele país, particularmente execuções sumárias, detenções arbitrárias e tortura contra dissidentes políticos”.

Antes, a gestão petista havia sido criticada por não ter assinado durante reunião do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas um documento condenando a ditadura nicaraguense. O informe teve apoio de 54 países.

Porém, a princípio a destituição da embaixadora no Brasil seria uma medida apenas protocolar e não uma resposta às críticas da semana passada.

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Também nesta quinta-feira, Ortega exonerou Marvin Roberto Ortega Rodríguez do cargo de embaixador da Nicarágua no Panamá e nomeou outro ministro conselheiro com funções consulares para a embaixada no Panamá.

A Nicarágua retirou a nacionalidade de 317 nicaraguenses, entre eles os escritores Sergio Ramírez e Gioconda Belli, os bispos Rolando Álvarez e Silvio Báez, o ex-comandante revolucionário Luis Carrión, a ex-guerrilheira Dora María Téllez, a veterana defensora da direitos Vilma Núñez e o jornalista Carlos Fernando Chamorro, entre outros, todos muito críticos do governo de Daniel Ortega.

Brasil, Argentina, Colômbia, Chile, Equador, Espanha e México ofereceram acolhimento e nacionalidade aos nicaraguenses afetados pela medida de apatridia, que Sergio Ramírez (Equador) e Gioconda Belli (Chile) já aceitaram.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]