O regime venezuelano, liderado por Nicolás Maduro, ratificou nesta terça-feira (27) seu apoio à Rússia, depois do presidente Vladimir Putin ter admitido que o financiamento do grupo de mercenários Wagner, que se rebelou contra a cúpula militar do país euroasiático no último final de semana, foi integralmente coberto pelo orçamento do Estado.
O apoio à Rússia e ao seu presidente foi manifestado pelo ministro das Relações Exteriores da ditadura venezuelana, Yván Gil, durante um telefonema com o chanceler russo, Sergey Lavrov. Durante o telefonema, os dois também revisaram questões da agenda bilateral e os "desafios e ações" que demandem uma nova geopolítica internacional, informou Gil através do Twitter.
Por sua vez, Lavrov agradeceu pela “solidariedade manifestada pela Venezuela após o motim do Grupo Wagner”.
Lavrov "agradeceu ao governo venezuelano pelo apoio e solidariedade" manifestados após o levante armado.
Durante a conversa, as partes ainda discutiram o “andamento de projetos conjuntos prioritários” e também confirmaram o “interesse mútuo em continuar a aumentar a interação russo-venezuelana em vários formatos internacionais, a fim de edificar uma ordem mundial mais justa e segura".
No sábado (24), o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, enviou um "abraço de solidariedade e apoio" a Putin, após tomar conhecimento da rebelião armada de Wagner, que durou cerca de 24 horas contra o Ministério da Defesa.
"Quero enviar (...) todo o nosso abraço de solidariedade e apoio ao presidente da Federação Russa, ao companheiro Vladimir Putin, que soube enfrentar uma tentativa de traição, uma tentativa de guerra civil, e está neste momento, nesta altura, vitorioso, com a Rússia em paz", disse Maduro em ato com militares no estado de Carabobo.
Anteriormente, a Chancelaria venezuelana publicou um comunicado no qual condenava a "ameaça irracional" por parte do grupo Wagner e de seu líder, Yevgeny Prigozhin, a quem acusou de "promover uma insurreição armada na Federação da Rússia, por meio de métodos terroristas".
A chamada revolução bolivariana, parceira comercial e aliada ideológica da Rússia, rejeitou "qualquer mudança de poder ou insurreição armada por meios violentos e inconstitucionais, bem como o uso de forças externas que apostassem na guerra civil".
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