A Costa do Marfim se prepara para completar no domingo suas primeiras eleições presidenciais em uma década. Os dois candidatos que passaram para o segundo turno, o atual presidente Laurent Gbagbo, que tenta a reeleição, e seu rival Alassane Ouattara, fizeram ontem um dos primeiros debates televisionados ao vivo em um processo eleitoral africano, onde pediram calma à população. Embora tenham feito um pedido para que a população participe com ordem do processo, os dois se acusaram de envolvimento na violência política que deixou dois mortos nesta semana.
O ministro do Interior, Auguste Zoguehi, disse que um homem foi morto hoje em Oume, no centro do país. Na noite de ontem, um homem foi esfaqueado em uma rixa política em Bayota, também na região central da Costa do Marfim. Durante o debate, Gbagbo anunciou que um toque de recolher irá vigorar no país a partir das 22h do domingo, para evitar qualquer interferência na contagem dos votos, uma decisão que seu opositor afirmou irá apenas aumentar as suspeitas sobre o processo eleitoral.
"O segundo turno da campanha foi radicalizado e adquiriu um contorno perigoso, o qual tem riscos", disse a vice-presidente da Comissão Europeia, Catherine Ashton, pedindo aos partidos políticos que acalmem o eleitorado. As Nações Unidas enviaram 500 soldados adicionais da sua tropa de paz que está na Costa do Marfim, de 9,8 mil soldados, quatro semanas antes do sufrágio.
As eleições do domingo são o fruto de anos de negociações entre Gbagbo e os insurgentes que ainda ocupam a parte norte do país. Gbagbo ficou no poder cinco anos após seu mandato ter expirado em 2005 e o primeiro turno das eleições, em 31 de outubro, aconteceu após ter sido remarcado seis vezes. Observadores internacionais disseram, contudo, que em geral o primeiro turno das eleições foi livre e justo, com poucos incidentes. Gbagbo obteve 38% dos votos, enquanto Ouattara ficou com 32% dos sufrágios. As informações são da Associated Press.
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