Milhares de imigrantes entraram na Alemanha neste domingo (6), muitos cruzando a Áustria, vindos da Hungria, onde ficaram retidos contra a vontade por dias, enquanto governos da União Europeia discutem como responder à situação.
Um comboio de cerca de 140 carros cheios de comida e água deixou Viena para recolher imigrantes exaustos, muitos da Síria, que haviam começado a andar os 170 quilômetros, debaixo de chuva, da capital húngara, Budapeste, até a fronteira com a Áustria, de onde muitos continuariam até a Alemanha.
No entanto, a União Europeia está profundamente dividida sobre como lidar com o fluxo de pessoas do Oriente Médio, da África e da Ásia, um teste para o princípio de solidariedade, fazendo com que o bloco de 28 países pareça ineficaz e sem coração, colocando países-membros uns contra os outros e alimentando o populismo político e o sentimento antimuçulmano.
Tenho um menino de seis anos. Quando vi Aylan, me coloquei no lugar de seu pai.
Um total de 6,8 mil imigrantes entraram na Alemanha no sábado (5), e mais 5 mil eram esperados no domingo (6), segundo autoridades.
A Alemanha diz que espera receber 800 mil imigrantes e refugiados neste ano e pediu que outros membros da União Europeia abram as suas portas. Outros dizem que o foco deve ser resolver a violência no Oriente Médio, que obriga pessoas a deixarem as casas.
Áustria
O chanceler da Áustria anunciou que o país voltará, gradualmente, a controlar a entrada de refugiados pela fronteira com a Hungria. “Passo a passo, devemos voltar de uma medida de emergência a uma normalidade que esteja de acordo com a lei e digna para as pessoas”, disse em comunicado Werner Faymann.
O governo da Hungria autorizou imigrantes a usar serviços regulares de trens para chegar até a Áustria. Antes, a exigência de visto vinha impedindo imigrantes de chegar ao país usando transporte público.
Na França, um grupo de prefeitos pediu para acolher mais imigrantes e refugiados em suas vilas.