• Carregando...

O anúncio iraniano de que o país enriqueceu urânio pela primeira vez não deve levar o dividido Conselho de Segurança da ONU a adotar qualquer ação substancial contra a República Islâmica antes de maio, disseram diplomatas na quarta-feira.

Mas os embaixadores não descartaram uma nova declaração informal nos próximos dias que manifeste a preocupação conjunta dos 15 países do Conselho com o programa nuclear iraniano.

A secretária norte-americana de Estado, Condoleezza Rice, disse que o Conselho, que no mês passado pediu a Teerã que parasse o enriquecimento de urânio, deveria dar "passos firmes" na sua próxima reunião.

Mas vários membros do Conselho dizem que a declaração aprovada no mês passado serviu para adiar qualquer medida substancial para depois do relatório do diretor da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Mohammed El Baradei, sobre o programa nuclear iraniano. O relatório está previsto para o final de abril.

"Quando tivermos esse relatório, vamos reagir", disse o embaixador francês, Jean-Marc de la Sabliere, a jornalistas.

O embaixador dos EUA, John Bolton, disse após reunião dos membros permanentes do Conselho de Segurança -- EUA, China, Rússia, Grã-Bretanha e França -- que todos os cinco levarão muito a sério a declaração iraniana.

Mas ele afirmou que será necessário "consultar nossas capitais" para definir exatamente o que fazer.

Os cinco membros permanentes do Conselho manifestaram preocupação com o enriquecimento de urânio no Irã, e diplomatas dizem que uma possibilidade seria fundir isso em uma só declaração. Por enquanto, segundo eles, não haveria nada mais substancial do que isso.

Se no final do mês El Baradei disser que o Irã não cumpriu as exigências do Conselho, as potências ocidentais devem fazer uma pressão mais incisiva sobre a República Islâmica.

A declaração aprovada no mês passado não era de cumprimento obrigatório. Rússia e China se opõem a exigências de cumprimento obrigatório, temendo que isso posteriormente sirva de base para sanções ou ações militares.

Mesmo após Teerã anunciar seu avanço nuclear na terça-feira, Rússia e China dizem ainda não estarem convencidas de que é hora de ampliar a pressão no Conselho contra o Irã.

"Acho que as pessoas ainda estão falando em esforços diplomáticos", disse o embaixador chinês, Wang Guangya. Especulações sobre sanções ou ações militares "não serão úteis sob as atuais circunstâncias", disse ele.

O embaixador russo, Andrei Denisov, disse que Moscou prefere aguardar o relatório de El Baradei antes de se decidir.

Uma fonte do Departamento de Estado dos EUA disse que uma resolução sob o artigo 7o. da Carta da ONU seria "o próximo passo lógico", mas afirmou também que países da União Européia e outros podem tomar decisões unilaterais contra Teerã caso o Conselho não chegue a um acordo.

Wang disse que a diplomacia continua sendo o caminho preferido da China e afirmou que os cinco membros permanentes do Conselho, mais a Alemanha, vão se reunir na próxima semana em Moscou para tratar do assunto.

Autoridades dos seis países vêm se reunindo nos últimos meses em busca de uma estratégia coordenada sobre o Irã, com sucesso relativo.

A reunião de Moscou aconteceria paralelamente a um encontro previamente agendado do G8, segundo diplomatas.

O porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Sean McCormack, disse que o Irã será um dos principais pontos da agenda do G8, que reúne Grã-Bretanha, Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão, Rússia e Estados Unidos.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]