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Do nascimento à morte de estrelas, telescópio Webb revela primeiras imagens

Foto disponibilizada pela Nasa mostra a borda de uma região jovem e próxima de formação de estrelas chamada NGC 3324 na nebulosa Carina, capturada em luz infravermelha pelo novo telescópio espacial James Webb (Foto: EFE/EPA/NASA, ESA, CSA e STScI)

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Uma a uma, assim foram sendo reveladas as espetaculares imagens em cores do universo obtidas pelo telescópio espacial James Webb: a nebulosa do Anel Sul, o Quinteto de Stephan, a nebulosa Carina e o espectro do exoplaneta WASP-96b foram nesta terça-feira (12) os protagonistas deste primeiro álbum.

Em transmissão ao vivo comandada pela agência espacial americana Nasa e com a participação da Agência Espacial Europeia (ESA) e da Agência Espacial Canadense (CSA), imagens destes quatro objetos cósmicos foram reveladas depois de a primeira ter sido divulgada na segunda-feira, em evento que contou com a participação do presidente dos EUA, Joe Biden: o aglomerado de galáxias SMACS 0732, tal como era há 4,6 bilhões de anos.

Cada revelação foi seguida de instantes de silêncio e exclamações de espanto. A primeira foto mostrada foi da nebulosa do Anel do Sul: o James Webb revelou detalhes da mesma que anteriormente eram escondidos dos astrônomos.

Nebulosa planetária catalogada como NGC 3132, e conhecida informalmente como a nebulosa do Anel Sul, capturada por duas câmeras a bordo do telescópio James Webb. Foto: EFE/EPA/NASA, ESA, CSA e STScI

A fotografia mostra uma estrela moribunda no centro da cena que emite anéis de gás e poeira em todas as direções há milhares de anos. A nebulosa está a cerca de 2,5 mil anos-luz de distância e o Webb poderá aprofundar muitos outros detalhes específicos sobre nebulosas planetárias como esta: compreender quais moléculas estão presentes e onde são encontradas ao longo das camadas de gás e poeira ajudará os investigadores a refinar o seu conhecimento sobre estes objetos.

O Webb também forneceu uma nova e incrível visão do Quinteto de Stephan, um aglomerado de cinco galáxias - quatro delas interagem entre si - localizadas a 290 milhões de anos-luz de distância. A imagem e os seus dados fornecem novos conhecimentos sobre como as interações podem ter impulsionado a evolução das galáxias no universo primitivo e informação sobre a evolução dos buracos negros e galáxias.

Quinteto de Stephan, um agrupamento visual de cinco galáxias, em uma nova luz captada pelo telescópio Webb. Foto: EFE/EPA/NASA, ESA, CSA e STScI

A astrônoma Giovanna Giardino explicou que quatro destas galáxias realizam “uma dança cósmica” levada pelas suas forças gravitacionais. A imagem também mostra a matéria que envolve um buraco negro.

Esta é a maior imagem do Webb até o momento, cobrindo cerca de um quinto do diâmetro da Lua e criada a partir de quase mil arquivos de imagem individuais.

A última a ser exibida foi a da nebulosa de Carina, a mais excitante na sua natureza espetacular e reveladora pela primeira vez de regiões anteriormente invisíveis de nascimento estelar. Esta paisagem de “montanhas” e “vales” pontilhados de estrelas brilhantes é na realidade a borda de uma região próxima de formação de jovens estrelas, chamada NGC 3324, na nebulosa de Carina. A imagem tridimensional do Webb parece mostrar montanhas escarpadas em uma noite de luar.

Menos espetacular, mas igualmente importante para os astrônomos, foram os primeiros dados espectrográficos para o exoplaneta WASP-96 b, localizado a 1.150 anos-luz de nós.

Os chefes das três agências espaciais envolvidas noWebb concordaram que o novo telescópio não só responderá a muitas questões, mas também levantará outras que ainda não imaginamos, e ressaltaram a importância da cooperação internacional para este projeto.

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