O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que autorizou a retirada de sigilo de todos os documentos relacionados às investigações federais sobre a interferência russa nas eleições presidenciais de 2016. Imagem de arquivo.| Foto: AFP
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Na última terça-feira (6), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que autorizou a retirada de sigilo de todos os documentos relacionados às investigações federais sobre a interferência russa nas eleições presidenciais de 2016 e também sobre o uso de um servidor privado para e-mails de governo da ex-secretária de Estado Hillary Clinton.

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“Eu autorizei completamente a retirada de sigilo de todos e quaisquer documentos relativos ao maior CRIME político da história americana, a Farsa da Rússia”, afirmou Trump em seu Twitter, referindo-se à investigação de uma suposta interferência russa nas eleições americanas de 2016, quando disputava a presidência dos EUA com Hillary Clinton. “Da mesma forma, o escândalo de e-mail de Hillary Clinton”, concluiu Trump.

Os tuítes do presidente americano vieram logo após o diretor de Inteligência Nacional, John Ratcliffe, retirar o sigilo de documentos que revelaram que John Brennan, ex-diretor da CIA, informou o ex-presidente Barrack Obama sobre um suposto “plano” de Hillary para ligar o então candidato Donald Trump à Rússia.

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Segundo o jornal americano Washington Post, funcionários da agência de Inteligência classificaram a atitude de Ratcliffe como uma manobra política que serve para apoiar as alegações de Trump que Brennan e outros ex-funcionários do governo Obama conspiraram para fabricar as conexões entre sua campanha e a Rússia.

A investigação do FBI sobre a interferência russa nas eleições examinou as possíveis ligações Trump-Rússia, mas não estabeleceu evidências suficientes para configurar uma conspiração criminosa. O caso irrita o presidente americano há muito tempo que o classifica como uma “farsa” destinada a minar sua campanha e sua presidência.

O que dizem as notas

Uma fonte com acesso aos documentos informou à Fox News que as notas manuscritas por Brennan trazem o seguinte:

“Estamos obtendo informações adicionais sobre as atividades russas de [EDITADO]... supostamente aprovada por Hillary Clinton uma proposta de um de seus conselheiros de política externa para difamar Donald Trump, provocando um escândalo e alegando interferência do serviço de segurança russo”.

O documento, que em grande parte está editado, ainda acrescenta:

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“Qualquer evidência de colaboração entre a campanha Trump + Rússia”.

O restante das notas está editado, exceto nas margens, onde se lê: “JC,” “Denis” e “Susan”.

As notas não revelam os nomes completos, mas de acordo com a Fox News é provável que "JC" se refira ao então diretor do FBI James Comey, enquanto "Susan" seria a conselheira de segurança nacional Susan Rice. Já "Denis" se trataria do então chefe de gabinete de Obama, Denis McDonough.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]

Na carta em que anuncia a retirada de sigilo de documentos, datada de 29 de setembro deste ano, Ratcliffe afirmou que – em relação às informações obtidas da Inteligência russa de que Hillary aprovou uma campanha para provocar um escândalo para Trump – não sabia da “precisão desta alegação ou até que ponto a análise da Inteligência russa pode refletir exagero ou fabricação”.

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Segundo uma fonte que falou ao Washington Post sob condição de anonimato, altos funcionários da inteligência se opuseram em relação à divulgação das notas de Brennan, temendo que isso pudesse dar crédito à desinformação plantada pelo Kremlin.

Após a informação da carta vir a público, Ratclifffe retificou sua alegação, dizendo: “Para ser claro, isso não é desinformação russa e não foi avaliado como tal pela Comunidade de Inteligência”, disse. “Vou informar o Congresso sobre as fontes e métodos sensíveis pelos quais isso foi obtido nos próximos dias.”

Um porta-voz de Brennan afirmou que a liberação dos documentos é uma “politização flagrante”. Brennan estaria apresentando uma grande variedade de informações sobre a Rússia para a Casa Branca no verão de 2016.

As revelações de Ratcliffe referem-se a um segundo lote de documentos fornecido ao procurador dos EUA John Durham, que está investigando as origens do inquérito do FBI sobre a Rússia, seguindo a pressão crescente dos congressistas republicanos para liberação de mais material confidencial sobre o caso.