Guinsaugon, Filipinas (Reuters) A preocupação com o bem-estar dos que sobreviveram a um deslizamento de terra ocorrido nas Filipinas na semana passada aumentou ontem, quando surgiram, em centros de refugiados da região, casos de catapora e de outras doenças contagiosas. "A preocupação com a saúde refere-se principalmente aos centros de refugiados", afirmou o ministro da Saúde do país, Francisco Duquen, a um canal de tevê, acrescentando que, até agora, os médicos haviam diagnosticado nove casos de catapora e três de sarampo. "O mau cheiro vindo dos corpos das vítimas (também) pode ser um motivo de preocupação."
O deslizamento de sexta-feira, provocado por chuvas nas últimas duas semanas cinco vezes mais intensas do que o normal, apagou do mapa Guinsaugon, um vilarejo agrícola com cerca de 1.800 habitantes e localizado 675 quilômetros a sudeste de Manila. Cerca de 400 pessoas que escaparam do deslizamento, assim como mais de 1.600 pessoas retiradas de vilarejos vizinhos, estão abrigadas na paróquia de igrejas e em escolas enquanto as equipes de resgate realizam escavações e enterram os mortos em valas comuns.
A esperança de que sejam encontrados sobreviventes é praticamente nula. Apenas um milagre poderia ter preservado até agora a vida de alguma das cerca de 1.300 pessoas soterradas na lama fétida, com até 40 metros de profundidade em alguns pontos. Até este momento, 94 corpos foram retirados da área. Equipamentos de sonar não conseguiram, ontem, identificar qualquer barulho incomum vindo de debaixo dos destroços depois de sons ritmados terem sido percebidos perto de uma escola primária na noite de segunda-feira. O local estava cheio de crianças e mulheres quando ocorreu o desastre. Equipes de resgate, entre as quais fuzileiros navais dos EUA presentes na região para realizar exercícios militares anuais com os filipinos, concentram seus esforços na escola após terem surgido informações não confirmadas de que algumas das 253 pessoas presas ali teriam enviado desesperadas mensagens de texto na sexta-feira.