Pelo menos dois alpinistasholandeses sobreviveram a uma avalanche no K2, o segundo pico mais alto do mundo (8.611 metros), e foram resgatados nesta segunda-feira (4). Onze alpinistas continuam desaparecidos e teme-se que estejam mortos. Um alpinista italiano que fazia parte do grupo também sobreviveu e tentava descer a pé a montanha, monitorado por uma base.
Um dos homens resgatados, Wilco Van Rooijen, atribuiu a tragédia nas alturas não apenas à avalanche, mas também a erros de preparação para o trecho final da escalada.
"Tudo foi bem até o acampamento 4. Na tentativa de chegar ao cume, tudo saiu errado", disse Van Rooijen à Associated Press em conversa por telefone do hospital militar onde está internado. Os dedos dele congelaram.
O K2, na fronteira do Paquistão com a China, é considerado mais desafiador do que o Monte Everest, apesar de não ser tão alto. O K2 é mais íngreme, rochoso e propenso a mudanças climáticas repentinas.
Van Rooijen contou que diversas expedições esperaram durante todo o mês de julho à espera de o tempo melhorar e decidiram escalar o último trecho na sexta-feira, depois que os ventos perderam força. Ao todo, mais de 20 alpinistas fizeram a escalada.
Mas Van Rooijen comentou que alguns alpinistas mais adiantados prenderam as cordas em lugares errados, inclusive em uma garganta conhecida como "Gargalo".
"Ficamos abismados. Tivemos que refazer tudo. É claro que isso levou muitas horas. Alguns retornaram porque não confiavam mais", contou o alpinista de 40 anos.
Ele relatou que os montanhistas que seguiram adiante chegaram ao cume pouco antes do anoitecer. Quando os mais rápidos desciam pelo gargalo, a cerca de 350 metros do topo do pico, uma imensa coluna de gelo desprendeu-se. Rooijen disse que um norueguês e dois sherpas nepaleses foram levados. Sua equipe ficou dividida na escuridão.
O Ministério do Turismo do Paquistão divulgou hoje uma lista dos 11 alpinistas desaparecidos: três sul-coreanos, dois nepaleses, dois paquistaneses e montanhistas de França, Irlanda, Sérvia e Noruega.
Ainda não está claro como cada um deles morreu. Pelo menos dois deles caíram durante a subida, antes do deslizamento.
O alpinista italiano Marco Confortola conseguiu descer a 6.200 metros, mas o mau tempo fez com que oficiais paquistaneses abortassem uma missão de resgate por helicóptero, disse Shahzad Qaiser, funcionário do Ministério do Turismo do Paquistão. Confortola conseguiu se comunicar com seu irmão e a base por telefone via satélite e disse que seus pés estavam congelando.
O número de mortes neste desastre no K2 será o maior em apenas um incidente pelo menos desde 1995, quando sete alpinistas morreram após serem atingidos por uma nevasca inesperada. Cerca de 280 pessoas conseguiram escalar o K2 desde 1954, quando o pico foi conquistados pelos alpinistas italianos Achille Compagnoni e Lino Lacedell. Dezenas de alpinistas morreram na escalada desde 1939. As informações são da Associated Press.
Moraes eleva confusão de papéis ao ápice em investigação sobre suposto golpe
Indiciamento de Bolsonaro é novo teste para a democracia
Países da Europa estão se preparando para lidar com eventual avanço de Putin sobre o continente
Em rota contra Musk, Lula amplia laços com a China e fecha acordo com concorrente da Starlink
Deixe sua opinião