Mais de 70 pessoas foram mortas neste sábado (14) no Iraque, sendo 57 em atentados suicidas na cidade santa xiita de Kerbala e em Bagdá, onde a violência continua exatamente dois meses depois do lançamento oficial do plano de segurança para a cidade.
Somente em Kerbala, ao sul de Bagdá, 47 pessoas foram mortas e 58 feridas, segundo uma fonte do ministério da Defesa. Quatro iranianos estão entre os feridos.
A explosão ocorreu pela manhã (horário local) perto de uma estação de ônibus a cerca de 200 metros do mausoléu do imã Hussein, uma das figuras mais veneradas do Islã xiita. Entenda os conflitos entre xiitas e sunitas e veja a divisão do Iraque
Mulheres e crianças estão entre as vítimas, segundo uma fonte médica. A estação de ônibus é cercada por lojas e tendas, muito freqüentadas no dia que segue o da tradicional oração de sexta-feira. Fotografias mostram lojas e tendas destruídas pela deflagração.
Segundo imagens divulgadas pela televisão, uma multidão convergiu para o local logo depois do atentado.
Um toque de recolher ilimitado foi decretado na cidade. Muitos postos de controle foram instalados, e o acesso principal a Kerbala foi bloqueado.
Em Bagdá, dez pessoas morreram e 11 ficaram feridas na explosão de um carro-bomba na entrada da ponte Al-Jadriyah, que liga os bairros de Karrada (maioria xiita) e Saidiyah (maioria sunita).
Este ataque acontece dois dias depois do atentado com um caminhão-bomba cometido na ponte Al-Sarafiyah, que liga o bairro xiita de Al-Atafiyah, na beira ocidental do Tigre, à zona sunita de Waziriyah, a leste do rio.
Quatro soldados iraquianos foram mortos e seis ficaram feridos neste sábado por disparos de morteiro na base de Suweira, 60 km ao sudeste de Bagdá, segundo uma fonte de segurança. Outras sete pessoas morreram em outros atos de violência.
Estes ataques acontecem dois dias depois do atentado suicida no Parlamento iraquiano, que matou pelo menos três pessoas, entre elas um deputado, na Zona Verde, o perímetro mais protegido de Bagdá.
Há exatos dois meses, em 14 de fevereiro, era lançado o plano de segurança para Bagdá, batizado Fardh al-Qanoon (Impor a lei). O plano prevê o envio de 30.000 soldados suplementares ao Iraque e a mobilização na capital de 90.000 militares americanos e iraquianos daqui ao mês de junho.
Este plano, que inclui os arredores de Bagdá, está sendo progressivamente ampliado a outras regiões do país, principalmente a Mossul (370 km ao norte da capital) e Diwaniyah (180 km ao sul de Bagdá).
As autoridades iraquianas e o exército americano destacaram que o número de execuções diminuiu, e que as milícias xiitas desapareceram das ruas de Bagdá.
Neste sábado, os americanos elogiaram a detenção na capital de 17 supostos terroristas, entre os quais um "emir militar da Al-Qaeda" suspeito de ter coordenado vários atentados com carros-bombas, sobretudo em Bagdá.
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