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Dois do 15 marinheiros e fuzileiros navais britânicos detidos pelo Irã disseram em entrevistas publicadas nesta segunda-feira que temeram ser estuprados ou mortos.

A marinheira Faye Turney, a única mulher, disse que os iranianos perguntaram o que ela achava sobre morrer pelo país e advertiram que talvez ela nunca mais visse sua filha. Turney, 25, disse que ouviu madeira sendo cortada e batidas de martelos em pregos perto de sua cela, e que uma mulher tirou suas medidas com uma fita.

"Eu estava convencida de que estavam fazendo meu caixão", disse ela ao jornal Sun. Ela afirmou também que teve medo de ser estuprada.

Arthur Batchelor, 20, o mais jovem do grupo, disse que "chorou como um bebê" em sua cela depois que foi vendado, algemado e insultado pelos guardas.

"Fiquei absolutamente exausto pela pressão", disse ele ao Daily Mirror. "Em alguns momentos temi ser estuprado ou morto."

A decisão do Ministério da Defesa britânico de permitir que o grupo venda suas história provocou furor no país.

Os 15 foram capturados por forças iranianas no Golfo Pérsico e passaram 13 dias presos. O Irã diz que eles estavam em suas águas, o que a Grã-Bretanha nega.

Até agora, somente Turney e Batchelor venderam suas histórias, provocando tantas críticas que talvez os outros desistam.

Turney, que tem uma filha de três anos e que dará uma entrevista em horário nobre na televisão nesta segunda-feira, disse que foi mantida isolada por cinco dias.

Ela tornou-se símbolo da crise ao ser mostrada na televisão iraniana com a cabeça coberta e fumando nervosa.

O Irã divulgou três cartas que teriam sido escritas por Turnye. Uma delas diz que foi sacrificada por causa das políticas dos governos dos Estados Unidos e da Grã-Bretanha.

"Quando quiseram que eu escrevesse o que foi escrito sobre as tropas britânicas e americanas, me senti como uma traidora", diz Turney na entrevista à ITV.

A televisão iraniana mostrou no domingo novas imagens dos 15 jogando tênis de mesa e xadrez e vendo futebol na televisão, em aparente contradição à descrição do tratamento que receberam. Imagens anteriores mostraram os 15 sorrindo e aparentemente tranquilos.

O Sun não disse se pagou, nem qual teria sido a quantia, pela entrevista com Turney. Mas o Guardian disse que ela fez um acordo conjunto com o Sun e com a ITV por quase 100 mil libras (197.400 dólares), quatro vezes seu salário anual.

CRÍTICAS

Políticos de oposição e comentaristas de defesa criticaram a decisão do ministério, dizendo que os militares estão sendo usados em guerra de propaganda, tática igual à usada por Teerã.

O ministério disse que tomou a decisão porque há muito interesse público no caso.

"Acho que todos receberam ofertas. Estou feliz por contar a verdade porque recebemos algumas críticas", disse o tenente Felix Carman, um dos 15 capturados, em entrevista à BBC, pela qual não recebeu dinheiro.

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