O cessar-fogo entrou em vigor nesta manhã na Síria às 6h (0h de Brasília), de acordo com o plano de paz do enviado especial da ONU e da Liga Árabe, Kofi Annan. Mas o Conselho Nacional Sírio (CNS) denunciou que o Governo de Damasco está aplicando o cessar-fogo de "forma parcial", dado que a repressão continua e o armamento pesado não foi retirado das zonas povoadas.
Ao menos duas pessoas morreram, conforme a oposição síria, por disparos das forças de segurança contra uma manifestação na localidade Jisr al-Shugur na província de Idleb, no norte.
Um porta-voz na Síria da rede opositora de ativistas Comitês de Coordenação Local, que pediu o anonimato, disse à Agência Efe que as forças governamentais dispararam contra um grande protesto nessa localidade, que fica próximo à fronteira com a Turquia.
Em sua página no Facebook, os Comitês revelaram que os soldados do regime também abriram fogo contra uma manifestação em Alboukamal, na província oriental de Deir al Zor.
Por sua vez, um membro da União de Estudantes Sírios Livres, Jawad al-Khateeb, apontou a Efe que em Aleppo (norte), a segunda cidade do país, os corpos de segurança lançaram gás lacrimogêneo contra uma manifestação estudantil.
Khateeb relatou que os leais ao regime dispararam contra os presentes ao funeral de um estudante, morto ontem, no bairro de Meridian e detiveram 15 pessoas.
"Os disparos cessaram em grande escala, mas não totalmente", assinalou o responsável pelas relações internacionais do CNS, Bassma Kodmani, quem denunciou três mortes nesta quinta-feira, duas em Idleb e uma em Hamma, e "dezenas de detenções".
A ativista lembrou que o plano estabelecido pelo enviado especial da ONU e da Liga Árabe, Kofi Annan, para o fim das hostilidades na Síria incluía a retirada dos tanques das cidades, "o que não ocorreu".