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Câmbio

Dólar sobe sem freio na Argentina e Fernández culpa “direita”

Presidente disse que rumores e operações da direita desvalorizam o peso e “prejudicam as economias da maioria dos argentinos” (Foto: EFE/Elvis González)

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As cotações do dólar na Argentina paralelas à taxa de câmbio oficial continuam a subir descontroladamente nesta terça-feira (25), diante do aumento da inflação e da escassez de divisas, algo que o presidente Alberto Fernández atribuiu a ações da “direita”. O político peronista ratificou no posto o presidente do Banco Central, Miguel Pesce.

“É uma prática permanente da direita argentina”, disse Fernández à imprensa, alegando que opositores “espalham rumores pela manhã, operam durante todo o dia e, quando a tarde termina, retiram sua rentabilidade do mercado de câmbio e, assim, prejudicam as economias da maioria dos argentinos”.

“Estamos vivendo uma crise mundial de grandes proporções, que na Argentina é reforçada pelo problema da seca que causou danos incalculáveis à economia”, declarou o presidente em entrevista coletiva ao lado do seu homólogo romeno, Klaus Iohannis, que faz visita oficial à Argentina.

No mercado informal, o preço do dólar blue - que é vendido no mercado clandestino e que, na prática, serve de referência para os cidadãos devido à impossibilidade de acesso ao dólar oficial - subiu 33 pesos, para um novo recorde de 495 pesos por unidade.

Ao mesmo tempo, os chamados dólares financeiros acompanharam a subida, aumentando a diferença em relação à taxa oficial para 118%.

O dólar contado com liquidação (CCL, que consiste em comprar localmente com pesos argentinos ações ou bônus e vendê-los em dólares em Wall Street) subiu 4,4%, para 482,5 pesos por unidade.

O dólar bolsa ou dólar MEP (que é obtido comprando ativos cotados tanto em pesos como em dólares, pagos em pesos quando comprados e vendidos em dólares na bolsa argentina) subiu 4,9%, para 470,97 pesos por unidade.

No mercado oficial de divisas, a taxa de câmbio a atacado subiu 0,3%, para 220,85 pesos por unidade para venda.

Neste contexto, Fernández ratificou Pesce - que é próximo do chefe de Estado, mas não do ministro da Economia, Sergio Massa - como diretor do Banco Central, depois de tê-lo recebido na sede do governo na segunda-feira (24).

A equipe econômica vai viajar nos próximos dias a Washington para negociar com o Fundo Monetário Internacional (FMI), com o qual a Argentina tem um programa de refinanciamento de US$ 45 bilhões que prevê metas trimestrais que o país não cumpriu no primeiro trimestre de 2023.

Fernández disse que é “mentira” que o FMI tenha recusado antecipar os saques do segundo semestre do ano, dada a escassez de reservas da Argentina.

A nova escalada das taxas de câmbio paralelas começou após a divulgação de uma taxa de inflação anual de 104,3% e de 7,7% por mês em março. Esta situação dificulta a gestão do governo peronista até as eleições primárias, de agosto, e às eleições gerais, de outubro.

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