A dona de uma clínica de aborto na Flórida, nos Estados Unidos, é acusada de fazer um parto e depois jogar o bebê fora. Belkis Gonzalez, de 42 anos, foi presa nesta terça-feira (3) acusada de praticar parto sem a licença exigida, informou Ed Griffith, porta-voz da procuradoria do estado da Flórida. Se for condenada, ela pode pegar de 1 a 15 anos de prisão.

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A paciente adolescente, Sycloria Williams, deu entrada em um processo contra Gonzalez, alegando que a médica deixou o bebê cair da cama de onde ela teria feito o parto, recolheu o neném e a placenta, os colocou em um saco cirúrgico vermelho, e em seguida jogou fora.

O médico da clínica Pierre Jean-Jacque Renelique estava escalado para fazer o procedimento, mas Williams entrou em trabalho de parto depois de tomar medicamentos para dilatação e de esperar o médico durante quatro horas. Renelique informou que estava a caminho da clínica quando foi chamado para tratar outro paciente com hemorragia.

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Em fevereiro, o Conselho de Medicina, cancelou a licença de Renelique depois de o médico cometer uma negligência médica, delegando responsabilidade para um funcionário não licenciado.

Williams estava na 23ª semana de gravidez quando o incidente ocorreu, em 2006. Na época, as autoridades não conseguiram definir as causas da morte do bebê porque o corpo já estava em estado de decomposição quando foi encontrado oito dias depois.

Segundo o promotor Tom Pennekamp, a menina demorou a decidir se faria o aborto. Ela concluiu que ainda não tinha maturidade para criar um bebê e visitou o Centro da Mulher Miramar, em 17 de julho de 2006.

Exames mostraram que ela estava na 23ª semana e dois dias depois ela marcou consulta com Renelique, que prescreveu o medicamento de dilatação e outros três remédios, segundo o processo. Lá, avisaram que ela deveria ir à clínica Gyn Diagnostic, em Hialeah, onde o aborto ocorreria no dia seguinte. No dia 20 de julho, a menina chegou à unidade e recebeu mais medicação.

De acordo com o processo judicial, a paciente aguardou Renelique durante quatro horas e entrou em trabalho de parto.

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"Ela ficou cara a cara com outro ser humano e isso mudou tudo", disse Pennekamp, acrescentando que haveria chances de o bebê sobreviver.

A necropsia mostrou que o neném havia enchido os pulmões de ar, o que indica que nascera vivo.

"O bebê foi tratado simplesmente como lixo", reclamou Tom Brejcha, presidente da "Thomas More Society", escritório de advocacia que representa a paciente.