Moscou – A dose de polônio que matou o ex-espião russo Alexander Litvinenko custou US$ 10 milhões, segundo o diário britânico The Times. Os resultados preliminares da autópsia de Litvinenko mostram que foi administrada uma dose dez vezes maior que a letal.

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A dose de polônio para matar uma pessoa equivale a 15 mil unidades da substância, a um custo de US$ 69 dólares cada. O ex-espião russo foi morto no dia 23. A polícia britânica não sabe se a dose excessiva foi usada para enviar uma mensagem – já que a quantidade foi de fácil identificação pelos cientistas – ou trata-se de uma operação desastrada.

Segundo um agente britânico que falou sob anonimato, uma grande quantidade de polônio como essa só pode ser conseguida em um reator nuclear ou no mercado negro.

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A procuradoria russa e a Scotland Yard interrogaram ontem pela terceira vez o empresário Dmitry Kovtun, uma das principais testemunhas no caso. Kovtun está sendo investigado por introduzir substâncias radioativas na Alemanha. Ele está internado em uma clínica de Moscou por causa da radiação, e pode receber alta nos próximos dias.

Kovtun e seu sócio, Andrei Lugovoi, foram os últimos a se reunir com Litvinenko, no hotel Millenium, em Londres, no dia 1.º de novembro, dia em que o ex-espião foi hospitalizado.

Segundo a agência russa Interfax, agentes da Scotland Yard concluíram ontem os trabalhos de investigação na Rússia e estariam se preparando para voltar à Inglaterra. A agência informou que pelo menos seis testemunhas foram ouvidas em Moscou pelos agentes britânicos. No último sábado, um executivo próximo a Litvinenko disse em entrevista à imprensa que o ex-agente russo foi morto por causa de um dossiê de oito páginas que ele havia compilado sobre um poderoso cidadão russo, a pedido de uma empresa britânica.