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Guerrilha

Dossiê mostra elo entre as Farc e o governo Chávez

Chávez questiona veracidade de dossiê sobre as Farc | Leo Ramirez/AFP
Chávez questiona veracidade de dossiê sobre as Farc (Foto: Leo Ramirez/AFP)

Caracas - As Forças Armadas Revolu­­cio­­nárias da Colômbia (Farc) mantinham estreitas ligações com a in­­teligência da Venezuela, a ponto de haver prestado, a pedido dos ve­­nezuelanos, treinamento de guerrilheiros urbanos aliados de Hugo Chávez.

A afirmação aparece em um dossiê lançado ontem pelo centro de estudos britânico Instituto In­­ternacional de Estudos Estra­­té­­gicos (IISS, na sigla em inglês) com base em documentos que supostamente pertenceriam ao número 2 da guerrilha, Raúl Reyes, morto num bombardeio no Equador em 2008.

O informe explicativo do ISS, escrito por um de seus diretores, Nigel Inkster, aponta ainda informações "im pressionantes’’, mas não comprovadas, que sugerem que as Farc podem ter cometido assassinatos "a pedido do Estado venezuelano’’.

Boas relações

A divulgação faz reemergir o te­­ma dos laços entre o governo Chá­­vez e as Farc num momento de ótimas relações entre Bogotá e Caracas.

O governo da Colômbia se re­­cusou a comentar o material, e a chancelaria do país lembrou a co­­operação entre o governo de Juan Manuel Santos e Chávez.

Já o governo venezuelano classificou o estudo de um ataque "agressivo’’ e voltou a questionar a veracidade dos documentos.

O estudo também vem a público num momento em que Chávez enfrenta críticas de sua base à es­­querda por haver extraditado à Colômbia no mês passado o sueco Joaquín Pérez Becerra, que co­­man­­da uma agência de notícias ligada às Farc.

Para analistas venezuelanos, foi a primeira vez, desde 1999, que Chávez rompeu o caráter de "neutralidade’’ no conflito co­­lom­­biano. Em reação às críticas dos apoiadores, o venezuelano admitiu pela primeira vez que seus aliados tentaram dar refúgio às Farc sem que ele soubesse.

O relatório também menciona que Chávez prometeu ajuda fi­­nanceira de US$ 300 milhões à guerrilha.

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