Adiamento
Visita ao Brasil fica para o final de junho
Impossibilitado de vir ao Brasil, devido a uma lesão no joelho esquerdo, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, telefonou ontem para seu chanceler Nicolas Maduro, no momento em que este se reunia com o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota. Chávez lamentou a ausência em rápida conversa com Patriota, mas assegurou que visitará Brasília até o fim de junho.
O líder venezuelano pretende se reunir com a presidente Dilma Rousseff antes do encontro de cúpula de chefes de Estado na América Latina e no Caribe. O evento acontecerá na primeira semana de julho, em Caracas, quando também será comemorado o bicentenário de independência da Venezuela.
A notícia divulgada ontem de que Chávez prometera US$ 300 milhões às Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) foi comentada no encontro entre Maduro e Patriota. O chanceler da Venezuela enfatizou que seu país e a Colômbia vivem um dos melhores momentos desde que Chávez assumiu o poder.
Caracas - As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) mantinham estreitas ligações com a inteligência da Venezuela, a ponto de haver prestado, a pedido dos venezuelanos, treinamento de guerrilheiros urbanos aliados de Hugo Chávez.
A afirmação aparece em um dossiê lançado ontem pelo centro de estudos britânico Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS, na sigla em inglês) com base em documentos que supostamente pertenceriam ao número 2 da guerrilha, Raúl Reyes, morto num bombardeio no Equador em 2008.
O informe explicativo do ISS, escrito por um de seus diretores, Nigel Inkster, aponta ainda informações "im pressionantes, mas não comprovadas, que sugerem que as Farc podem ter cometido assassinatos "a pedido do Estado venezuelano.
Boas relações
A divulgação faz reemergir o tema dos laços entre o governo Chávez e as Farc num momento de ótimas relações entre Bogotá e Caracas.
O governo da Colômbia se recusou a comentar o material, e a chancelaria do país lembrou a cooperação entre o governo de Juan Manuel Santos e Chávez.
Já o governo venezuelano classificou o estudo de um ataque "agressivo e voltou a questionar a veracidade dos documentos.
O estudo também vem a público num momento em que Chávez enfrenta críticas de sua base à esquerda por haver extraditado à Colômbia no mês passado o sueco Joaquín Pérez Becerra, que comanda uma agência de notícias ligada às Farc.
Para analistas venezuelanos, foi a primeira vez, desde 1999, que Chávez rompeu o caráter de "neutralidade no conflito colombiano. Em reação às críticas dos apoiadores, o venezuelano admitiu pela primeira vez que seus aliados tentaram dar refúgio às Farc sem que ele soubesse.
O relatório também menciona que Chávez prometeu ajuda financeira de US$ 300 milhões à guerrilha.
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