O Ministério da Educação da Rússia divulgou nesta semana novos livros de história, a serem distribuídos nas escolas do país, que enaltecem a guerra na Ucrânia e culpam Kiev pelo conflito, iniciado com a invasão russa de fevereiro de 2022.
Segundo agências de notícias do país, o material trata a guerra como uma “operação militar especial”, expressão utilizada desde o início do conflito pelo Kremlin, e contém mapas que mostram as regiões ocupadas na Ucrânia como sendo parte da Rússia.
Nos novos livros, a Ucrânia é descrita como um Estado “artificial” e “ultranacionalista”, onde “tudo o que é russo é considerado hostil”.
O conteúdo também aborda a anexação irregular da Crimeia, ocorrida em 2014 e descrita nos livros como uma ação para “garantir a paz”, e as sanções impostas pelo Ocidente devido à agressão russa à Ucrânia – que teriam o objetivo de “desestabilizar” o país governado por Vladimir Putin.
Em declarações publicadas pela agência RIA Novosti, o ministro da Educação da Rússia, Sergey Kravtsov, afirmou que os livros didáticos contêm informações sobre “o objetivo da operação militar especial: desnazificação, desmilitarização [da Ucrânia] e a entrada de novas regiões na Federação Russa”.
Os novos livros, produzidos em “pouco menos de cinco meses”, segundo Kravtsov, serão entregues aos alunos no início do ano letivo russo, em setembro. O ministro prometeu atualizações em breve: “Após o fim da operação militar especial [na Ucrânia], após nossa vitória, complementaremos ainda mais estes livros”.