O medicamento maraviroc, da Pfizer, ajuda a combater o vírus da Aids em quase metade das pessoas que desenvolveram resistência a outros tratamentos, segundo dois estudos correlacionados, publicados nesta quarta-feira (1).
Pelo menos 42 por cento dos pacientes na Europa, América do Norte e Austrália que usaram maraviroc uma ou duas vezes por dia, junto com os coquetéis habituais de medicamentos, tinham uma carga viral insuficiente para causar danos ao sistema imunológico.
Só 18 por cento dos pacientes que receberam um placebo junto com o coquetel tiveram uma redução tão baixa da carga viral após as 48 semanas já decorridas do estudo.
Ao todo, os estudos patrocinados pela Pfizer e publicados na revista New England Journal of Medicine envolveram 1.049 voluntários que eram resistentes a três das seis classes de drogas contra a Aids.
Analistas do setor dizem que a Pfizer pode faturar meio bilhão de dólares com o maraviroc até 2011. Comercializado pela Celsentri na Europa e Selzentry nos EUA, o medicamento foi aprovado pelas autoridades há um ano, com base em resultados dos dois estudos após 24 semanas.
O maraviroc impede o vírus de entrar nas células imunológicas, por bloquear uma "porta" chamada co-receptor CCR5. Ele foi combinado com outras drogas que afetam a replicação do vírus.
Houve um exame prévio nos voluntários, todos pacientes em estágio avançado da doença, para confirmar se eles tinham uma cepa do vírus que usa o CCR5 - como é o caso de metade dos soropositivos.
Os pesquisadores disseram que o maraviroc não produz nenhum efeito colateral notável e que, embora a bula cite possíveis problemas hepáticos, "nosso estudo simplesmente não viu toxidade hepática, o que é tranquilizador", disse Roy Gulick, do Centro Médico Weill Cornell, de Nova York, que liderou o estudo.
Por telefone, Gulick explicou que o alerta para o fígado "se baseava em um único paciente, e esse paciente tinha vários fatores complicadores, então há outras possíveis razões".
Estima-se que o vírus da Aids contamine 33 milhões de pessoas no mundo, e que já tenha matado 25 milhões desde sua identificação, no começo da década de 1980. Não há cura, mas um coquetel de remédios ajuda a controlar a infecção.
Porém, o vírus sofre constantes mutações e costuma se tornar resistente ao coquetel, obrigando a reformulações. Existem cerca de 20 medicamentos contra a Aids, e os especialistas dizem que é preciso constantemente criar novos.
O maraviroc pertence a uma nova classe de drogas, os chamados inibidores de entrada do HIV, ou antagonistas do receptor CCR5.
Gulick disse que agora estão sendo analisados os resultados após 96 semanas, a serem apresentados em novembro num congresso científico.
Número de obras paradas cresce 38% no governo Lula e 8 mil não têm previsão de conclusão
Fundador de página de checagem tem cargo no governo Lula e financiamento de Soros
Ministros revelam ignorância tecnológica em sessões do STF
Candidato de Zema em 2026, vice-governador de MG aceita enfrentar temas impopulares