Popularidade
Cai a aprovação do presidente dos EUA entre latino-americanos
A popularidade do presidente americano, Barack Obama, caiu drasticamente nos últimos dois anos na América Latina, e atualmente apenas 47% dos cidadãos da região aprovam sua gestão, segundo uma pesquisa da empresa Gallup publicada ontem.
O presidente tinha uma popularidade de 62% em 2009, e desde então "muitos latino-americanos perderam a fé na capacidade de Obama de reforçar os laços entre a América Latina e os Estados Unidos", afirmou o estudo, realizado a partir de entrevistas com mil cidadãos da região.
A pesquisa vem a público ás vésperas da abertura da Cúpula das América, em Cartagena, na Colômbia.
A Gallup concluiu na pesquisa de 2011 que apenas 24% dos latino-americanos acreditavam que as relações iam se fortalecer com Obama, uma queda de 20 pontos percentuais em relação a 2009, lembrou a empresa.
Tudo isso sugere que "Obama enfrentará uma audiência cética na Cúpula das Américas", completou o texto. No México e na Venezuela, a queda de popularidade foi espetacular: apenas 19% dos mexicanos acreditam que as relações melhorarão com Obama, que se apresenta à reeleição em novembro. Dezessete por cento dos venezuelanos pensam o mesmo, a mesma porcentagem entre os bolivianos.
Obama usará viagem para fazer campanha
O presidente dos EUA, Barack Obama, levará sua campanha eleitoral à Colômbia, onde buscará usar a Cúpula das Américas como plataforma para seduzir o eleitorado de origem latina.
A presença de Obama ao lado de líderes latino-americanos em Cartagena funcionará como contraponto à ideia de que seu governo negligencia a América Latina para focar pontos turbulentos do globo, como Afeganistão e Oriente Médio.
O eleitorado latino pode ser decisivo na eleição presidencial de 6 de novembro em estados como Arizona, Colorado e Flórida, onde Obama fará escala a caminho da cúpula para promover as oportunidades comerciais dos EUA com a América Latina.
Embora o presidente democrata tenha ampla vantagem nas pesquisas sobre os republicanos entre o eleitorado hispânico, muitos membros desse grupo estão frustrados com a falta de reformas na lei de imigração e com o número recorde de deportações durante o atual mandato presidencial.
Durante os três dias do evento em Cartagena, Obama buscará evitar os apelos de outros governantes para que os Estados Unidos suspendam seu embargo econômico a Cuba e repensem sua estratégia de combate ao narcotráfico.
Reuters
A agenda do encontro presidencial da Cúpula das Américas, que começa amanhã na cidade colombiana de Cartagena, está sendo invadida por assuntos que incomodam o anfitrião, o presidente Juan Manuel Santos, e o Barack Obama.
Em entrevistas concedidas nos últimos dias, o mandatário colombiano reforçou que o tema principal do encontro, que vai reunir 33 presidentes, deve ser a integração das Américas. E se mostrou contrariado com a quantidade de perguntas sobre a ausência de Cuba, a legalização das drogas e a reivindicação argentina pelas ilhas Malvinas.
A crise com Cuba começou quando o equatoriano Rafael Correa desistiu de vir ao encontro porque as ilhas não haviam sido convidadas, por pressão dos EUA. Agora, o próprio Santos admite que esta deve ser a última cúpula sem a participação cubana.
O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), José Miguel Insulza, afirmou que deve ser formulado um pedido dos países participantes aos EUA para que termine o embargo econômico à ilha.
O tema das drogas chega pelas mãos dos países centro-americanos, liderados pela Guatemala. O presidente Otto Pérez Molina deve propor uma compensação monetária por parte dos países consumidores e a despenalização, além da criação de um marco jurídico para regulamentar a produção, o trânsito e o consumo de narcóticos.
Santos declarou que acha positivo que esse debate seja estimulado na cúpula, mas considera muito difícil que se chegue a um resultado de comum acordo.
"Será dada a largada, uma luz verde, mas nada mais. Aqui ninguém virá com uma posição de protesto, mas com o desejo de iniciar uma discussão de que o mundo necessita", disse, em entrevista aos jornalistas que cobrem o evento.
A Argentina trará a esperança de que o apoio já alcançado entre os países do Mercosul por sua reivindicação da soberania das ilhas Malvinas se estenda aos outros países-membros da OEA.
Insulza afirmou que a tendência é que o bloco regional apoie o pedido argentino para fazer com que o Reino Unido se sente para negociar o futuro das ilhas.
A presidente Dilma Rousseff chega hoje a Cartagena.