As autoridades chinesas ampliaram na terça-feira (5) o lockdown em Xangai para toda a cidade, a maior da China, com cerca de 25 milhões de habitantes, devido a um surto de Covid-19. Antes, a restrição para que os moradores não deixem a área onde moram era válida apenas para as regiões leste e oeste da cidade.
A medida não é novidade na China, que tem adotado uma política de tolerância zero quando novos surtos de Covid-19 são registrados no país, mas uma estratégia adotada pelo governo chinês tem chamado a atenção neste caso.
Postagens na rede social Weibo mostram que drones estão veiculando um áudio para instruir a população a não ir para as varandas dos seus apartamentos para cantar e protestar contra a falta de comida e outros mantimentos, queixa recorrente antes mesmo do lockdown ser ampliado.
“Por favor, cumpra as restrições contra a Covid-19. Controle o desejo de liberdade de sua alma. Não abra a janela nem cante”, diz a mensagem veiculada pelo drone. Segundo relatos, cães-robôs também estariam sendo utilizados para pregar obediência ao lockdown e adoção de medidas como lavar as mãos e utilizar máscaras.
Além da falta de mantimentos, outra denúncia que tem sido feita nas mídias sociais é que crianças com Covid-19 estariam sendo separadas dos pais e colocadas em quarentena em clínicas.
A agência estatal Xinhua informou nesta quarta-feira (6) que foram confirmados 13.354 novos casos de Covid-19 em Xangai na segunda-feira, o que elevou o número total de casos locais para mais de 73 mil neste último surto.
De acordo com a agência, cerca de 47,7 mil leitos para tratamento da doença foram montados em hospitais temporários e outros 30 mil estão sendo preparados.