Cerca de 400 famílias palestinas, ou 2 mil pessoas, fugiram nos últimos dias do campo de refugiados de Yarmouk, 8km ao Sul de Damasco, por medo de ataques de militantes do Estado Islâmico e da Frente al-Nusra e das reações do Exército sírio. Um dos mais conhecidos campos de refugiados palestinos, Yarmouk foi invadido pelos militantes islâmicos na quarta-feira passada e, desde então, é palco de uma violenta batalha entre insurgentes e forças do presidente sírio, Bashar al-Assad. Neste domingo, a ONU confirmou a retirada de 96 pessoas, sendo 20 crianças. A maioria foi levada para hospitais ou abrigos em Damasco, segundo a imprensa estatal síria. No total, 26 pessoas morreram nos combates.
Informações não confirmadas indicam que os ataques do governo levaram ontem à retirada dos militantes de alguns pontos do campo. Mas a batalha por Yarmouk é uma das mais próximas à capital síria desde o começo da guerra civil no país, que completou quatro anos, com 220 mil vítimas. Segundo a ONG britânica Observatório Sírio para Direitos Humanos, os combatentes passaram a controlar 90% do campo no dia 1° de abril, apoiados por outras milícias que lutam para derrubar o governo de Damasco. Em resposta, de acordo com a ONG, a força aérea síria tem lançado bombas de maneira indiscriminada no campo.
A Agência das Nações Unidas de Assistência a Refugiados Palestinos no Oriente Próximo (UNRWA) classificou os acontecimentos em Yarmouk como “fonte de vergonha universal”. E pediu intervenção internacional para dar ajuda humanitária aos que ficaram no campo.
—Temos no momento um conflito armado intenso acontecendo nas ruas. As pessoas estão escondidas em suas casas, temerosas demais para se mover — disse o porta-voz da UNRWA, Chris Gunness.
Segundo a Organização para Libertação da Palestina (OLP), a retirada de civis acontece em duas frentes, coordenada com as forças do governo. Dados da ONU indicam que 18 mil civis ainda estão em Yarmouk. O campo chegou a abrigar 150 mil pessoas, mas desde 2011 foi abandonado por cerca de 90% dos moradores.
Durante uma manifestação em prol dos refugiados sírios em al-Bireh, na Cisjordânia, o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, lamentou os últimos acontecimentos.
— Os palestinos estão pagando o preço por guerras e violência que eles não começaram. É preciso encontrar uma solução para os moradores de Yarmouk, que não fizeram nada para merecer isso.
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