Cartaz convoca para plebiscito neste domingo: consulta simbólica| Foto: ReproduçãoFacebook

Milhares de venezuelanos comparecem às urnas neste domingo para votar em um plebiscito simbólico que pretende deixar clara a insatisfação popular com o governo do presidente Nicolás Maduro. De acordo com a oposição, duas pessoas foram mortas por grupos “paralimitares”.

CARREGANDO :)

Os eleitores, muitos vestidos de branco ou com acessórios nas cores da bandeira nacional, procuram desde cedo as mesas instaladas pela coalizão opositora MUD (Mesa da Unidade Democrática) em todo o país. 

A votação começou às 7h no horário local (8h em Brasília) e seguirá até às 17h. Foram montados 14.300 pontos para receber votos na Venezuela e mais 500 em outros países, incluindo o Brasil. 

Publicidade

Os eleitores precisam responder se rejeitam a criação de uma Assembleia Constituinte, convocada por Maduro em maio. A votação também pergunta se o cidadão aprova a realização de novas eleições e se concorda que o Exército e os funcionários públicos devem ser obrigados a defender e seguir a constituição atual. 

"Liberdade", gritam alguns nos centros de votação. "Estou manifestando meu descontentamento com o governo. Não conseguimos remédios, cada vez temos menos comida em casa. E eles só querem seguir no poder. Voltamos para retirá-los", disse Tibisay Méndez, 49, em um ponto de votação no sudeste de Caracas. 

A Venezuela vive uma forte onda de protestos que deixaram 95 mortos desde o dia 1º de abril. O país enfrenta uma das piores crises econômicas de sua história, que gera escassez severa de produtos e inflação de três dígitos. 

Mortes

A oposição venezuelana afirma que duas pessoas foram mortas a tiros e quatro ficaram feridas durante a consulta popular em Caracas.

Publicidade

Carlos Ocariz, porta-voz da coalizão oposicionista União Democrática, afirmou que atiradores "paramilitares" apareceram durante a tarde no bairro de Catia, onde milhares de pessoas participavam de um evento de oposição ao governo.  "Aparentemente, duas pessoas foram mortas", afirmou Ocariz.

‘Hora zero”

A oposição espera que o comparecimento seja maciço para exigir que Maduro convoque eleições presidenciais antes do fim de seu mandato, no início de 2019. 

"Se no domingo saírem 11 milhões de venezuelanos, na segunda-feira passaremos a uma etapa de mais pressão. A hora zero depende da contundência deste 16 de julho. As próximas horas são decisivas", disse o líder oposicionista Henrique Capriles. 

"Se uma imensa maioria se manifestar, na segunda amanhecerá uma nova Venezuela. Daremos uma mensagem muito clara e o governo terá que respeitar esta decisão", acrescentou Capriles, duas vezes candidato à Presidência. 

Publicidade

Analistas calcularam que o comparecimento pode ficar em torno de 10 milhões de pessoas. Nas últimas eleições parlamentares, em 2015, 7,7 milhões votaram na oposição e permitiram que ela rompesse a supremacia chavista no Congresso.