Duas semanas depois que um avião da Malaysia Airlines desapareceu com 239 pessoas a bordo, as autoridades estão se preparando para o "longo prazo", já que as buscas conduzidas por mais de 12 países avançaram pouco, traduzindo-se em frustração. A equipe internacional que procura o avião no remoto sul do oceano Índico não produziu resultados nesta sexta-feira e o vice-premiê da Austrália disse que suspeita que os objetos recém encontrados podem ter afundado. No sábado (horário local), seis aviões começaram a voltar à região onde os objetos identificados por satélite foram vistos nesta semana, enquanto dois navios mercantes também faziam buscas na região. China, Japão e Índia estão enviando aviões, e navios australianos e chineses zarparam para a região, mais de 2.000 quilômetros a sudoeste de Perth (Austrália). Autoridades da Malásia têm sido realistas sobre a sua capacidade de conduzir a operação com uma dinâmica global que, segundo alguns, vão além das capacidades técnicas e conhecimentos do país. "Continua sendo um esforço multinacional coordenado pela Malásia, envolvendo dezenas de países de todo o mundo", disse o ministro da Defesa da Malásia, Hishammuddin Hussein, em uma entrevista nesta sexta-feira. A Malásia aceitou "toda a assistência para continuar a investigar todas as pistas críveis", disse Hishammuddin, que também acumula o cargo de ministro interino dos Transportes. Ele disse que os investigadores estavam considerando o "longo prazo", mas havia a consciência de que o tempo estava passando. As baterias da caixa preta e do gravador de dados do avião só transmitem um sinal eletrônico durante cerca de 30 dias - depois deste prazo será muito mais difícil localizá-los. Os investigadores suspeitam que o Boeing 777, que decolou de Kuala Lumpur com destino a Pequim pouco depois da meia-noite em 8 de março, foi deliberadamente desviado milhares de quilômetros de sua rota programada. Eles dizem que estão se concentrando em sequestro ou sabotagem, mas não descartaram a possibilidade de problemas técnicos. A investigação aumentou as tensões entre a China e a Malásia, com Pequim pressionando repetidamente a nação do Sudeste Asiático a intensificar a sua missão e fazer um trabalho melhor em consideração aos parentes dos passageiros chineses, que são maioria no avião. Hishammuddin rejeitou as denúncias de que o país não estava se esforçando e se recusando a compartilhar informações vitais com outros governos. Para as famílias dos passageiros, o processo provou ser uma batalha emocionalmente desgastante para obter informações - a angústia deles tem sido alimentada por um fluxo constante de especulação e pistas falsas. Alguns especialistas argumentam que a relutância em compartilhar dados sensíveis de radar e capacidades em uma região repleta de suspeitas em meio à ascensão militar da China e disputas territoriais pode ter prejudicado as buscas. Duas pessoas familiarizadas com a investigação disseram que a busca está sendo lenta em alguns casos por atrasos na papelada necessária para permitir que aviões estrangeiros de vigilância marítima façam voos sobre águas territoriais sem um pedido diplomático formal.
Duas semanas de buscas por avião da Malásia encontram apenas frustração
As baterias da caixa preta e do gravador de dados do avião só transmitem um sinal eletrônico durante cerca de 30 dias - depois deste prazo será muito mais difícil localizá-los
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- 21/03/2014 19:04
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