Ao celebrar o início do novo ano, o papa Bento XVI pediu nesta sexta-feira (1º) respeito para todas as pessoas, sem discriminação, e proteção para as crianças que sofrem com a guerra e a violência. O dia 1º de janeiro é também o Dia Mundial da Paz da Igreja Católica Romana e o pontífice fez um apelo a todos os grupos armados, para que "parem, reflitam e abandonem a violência", mesmo se isso pareça impossível.
"Vocês sentirão em seus corações a alegria da paz, que talvez tenham esquecido há tempos", disse Bento XVI. Ele afirmou que a paz começa com o reconhecimento de que os homens são irmãos, não rivais ou inimigos. "A paz começa com um olhar de respeito que reconhece no rosto do outro homem uma pessoa, independentemente da cor de sua pele, nacionalidade, língua ou religião", disse, durante missa na basílica de São Pedro, no início do dia.
O valor do respeito por todos deve ser ensinado desde cedo, disse o papa. Destacando que classes contendo crianças de diferentes origens são comuns, ele afirmou que "seus rostos são uma profecia do tipo de humanidade que somos chamados a criar: uma família de famílias e povos".
O papa, de 82 anos, colocou as crianças, especialmente as atingidas por conflitos ou forçadas a deixar suas casas, no centro de seu pedido por paz. Ele disse que elas deixam evidente que os homens são irmãos, porque "apesar das diferenças elas choram e riem do mesmo jeito, têm as mesmas necessidades, se comunicam espontaneamente, brincam juntas".
As dolorosas imagens das crianças abaladas pelas guerras e pela violência, seus rostos "desfigurados pela dor e o desespero" são um apelo silencioso pela paz, disse. Em seus comentários, Bento XVI também renovou seus pedidos de proteção ao meio ambiente, afirmando que a degradação do homem leva à degradação do planeta.
Bento XVI celebrou a missa na basílica de São Pedro uma semana após ter sido derrubado por uma mulher na véspera de Natal. Ele não foi ferido na queda e manteve sua agenda. O Vaticano disse que a mulher é mentalmente instável e a identificou como Susanna Maiolo, de 25 anos, de nacionalidade suiço-italiana. Ela continua internada numa clínica para tratamento.
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