Em um discurso no palácio presidencial na quarta-feira (5), o presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, disse que os bispos católicos são “tolos inúteis” e que devem “ser mortos”, em mais um ataque à Igreja Católica, que tem sido uma instituição crítica ao regime.
"Esses bispos que vocês têm, matem eles. Eles são tolos inúteis. Tudo o que eles fazem é criticar", disse Duterte ao discursar para oficiais de governos locais.
Nas Filipinas, cerca de 90% da população se identifica como católica, mas isso não impede Duterte de fazer críticas chulas à instituição e a seus membros. Ele também disse que a Igreja Católica é a “instituição mais hipócrita” e que seu Deus é diferente do Deus que os católicos adoram. "Eu nunca disse que não acredito em Deus. O que eu disse é que o seu Deus é estúpido, o meu tem muito bom senso. Foi o que eu disse aos bispos. Eu nunca disse que era ateu". Ele também já falou que 90% dos sacerdotes da igreja são gays.
O porta-voz da Humans Right Watch, Carlos Conde, disse à emissora de TV Al Jazeera, disse que "é muito provável que Duterte diga que ele estava, de novo, brincando, mas comentários como esse são perigosos porque estão incitando as pessoas a cometer violência contra os críticos do governo”.
"No contexto da morte e da violência que temos visto nas Filipinas desde que Duterte se tornou presidente, muitos deles dirigidos a membros do clero, isso é assustador e deve ser motivo de preocupação”.
Como previu Conde, o porta-voz da presidência tentou colocar panos quentes na situação e minimizar os comentários ao afirmar que eram “hipérboles” para alcançar um “efeito mais dramático”.
Segundo a agência de notícias EFE, a Conferência dos Bispos Católicos das Filipinas não quis responder aos comentários de Duterte. “Não queremos acrescentar mais lenha à fogueira. Qualquer comentário só exageraria o assunto", afirmou o porta-voz da conferência episcopal, Jerome Seciliano.