A Venezuela notificou por escrito o governo dos Estados Unidos, afirmando ser "impossível" aceitar Larry Palmer como embaixador norte-americano em Caracas. O governo do presidente Hugo Chávez também questionou o fato de um cidadão venezuelano receber visto dos EUA após fugir da prisão em que cumpria pena por terrorismo.
"Enviamos uma nota na sexta-feira ao Departamento de Estado, notificando que é impossível para nós aceitar Palmer como embaixador", disse hoje o embaixador venezuelano Bernardo Alvarez, em entrevista coletiva. "Palmer violou uma regra para os embaixadores, de não se pronunciar sobre assuntos internos de outro país antes de receber as credenciais" do país anfitrião, argumentou Alvarez, que é embaixador em Washington.
Durante o processo de confirmação na Comissão de Relações Exteriores do Senado dos EUA, Palmer disse em julho que o governo cubano se infiltrou nas Forças Armadas da Venezuela e que o país protegia as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).
Os comentários levaram a duras críticas do presidente da Venezuela, Hugo Chávez. Alvarez disse não saber "o que acontecerá agora" na relação bilateral. "Depende do que o governo dos EUA decida fazer. Nós fizemos o que tínhamos de fazer, e não podemos fazer mais nada." O Departamento de Estado já reiterou anteriormente que Palmer é o melhor candidato para o posto de embaixador em Caracas.
Além disso, Alvarez disse que enviou na sexta-feira uma nota diplomática ao Departamento de Estado questionando o motivo de o venezuelano Raúl Díaz obter um visto dos EUA em Trinidad, apesar de ter fugido de uma prisão da Venezuela em que cumpria nove anos por terrorismo, por seu papel nas explosões ocorridas em 2003 nas embaixadas de Colômbia e Espanha, em Caracas. Alvarez disse que seu escritório já iniciou o processo para pedir a extradição de Díaz o mais rápido possível. O fugitivo disse, na semana passada, que buscará asilo político.
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