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Austrália

E-mail contra premier australiano é falso, diz polícia

Uma mensagem de correio eletrônico que contestaria a honestidade do primeiro-ministro da Austrália, Kevin Rudd, em meio à pior crise política em um ano e meio de governo, era falsa, afirmou nesta segunda (22) a polícia local. "Resultados preliminares da perícia indicam que o referido e-mail no centro da investigação foi criado por uma ou mais pessoas que não o suposto autor da mensagem", dizia um comunicado divulgado nesta segunda pela polícia australiana. O resultado da investigação policial retira parte da pressão sobre Rudd, cujo governo tem sido persistentemente acusado de concessão de favores políticos a amigos.

A investigação teve início durante o fim de semana, quando jornais publicaram uma mensagem de correio eletrônico supostamente escrita por um assessor de Rudd pedindo a um funcionário do Tesouro que priorizasse uma solicitação de crédito feito por um amigo do primeiro-ministro, identificado como John Grant. Deputados de oposição qualificaram o e-mail como prova de que Rudd teria enganado o Parlamento ao dizer que não havia ajudado Grant a receber um empréstimo do governo.

Nesta segunda (22) detetives analisaram os computadores do Departamento do Tesouro e a residência, em Camberra, do funcionário que teria recebido a instrução, identificado como Godwin Grech. Ele gerencia um fundo do governo estabelecido para ajudar comerciantes de veículos em dificuldades econômicas.

Na semana passada, Grech alegou que o governo teria pedido a ele que olhasse com atenção uma requisição de crédito feita por Grant no valor de 2 bilhões de dólares australiano, quantia equivalente a mais de R$ 3 bilhões. Rudd e o tesoureiro Wayne Swan negaram que isso fosse verdade. Na sexta-feira, Grech disse a uma comissão do Senado que foi alertado para o caso por meio de um e-mail enviado pelo gabinete de Rudd, mas não tinha a mensagem registrada e admitiu que poderia estar enganado.

No sábado, jornais da News Corp. na Austrália publicaram uma mensagem de e-mail, a qual o governo qualificou como falsa e pediu à polícia que investigasse o caso. Ainda de acordo com a nota da polícia, um homem de 42 anos foi interrogado e suas declarações são "consistentes com a conclusão da perícia". O homem interrogado não foi identificado, mas acredita-se que seja Grech. A polícia não fez mais nenhum comentário sobre o assunto e informou que o caso continua sendo investigado. Grech não foi encontrado hoje para falar sobre o assunto.

Desculpas

Nesta segunda-feira (22), deputados da base do governo mencionaram o resultado da perícia no Parlamento e exigiram a renúncia do líder oposicionista Malcolm Turnbull por basear-se em uma fraude para atacar o primeiro-ministro. Mais tarde, Rudd acusou o Partido Liberal, de Turnbull, de fazer parte da farsa e também pediu a renúncia dele, além de um pedido público de desculpas. O líder oposicionista negou envolvimento e disse não ser o responsável pela mensagem falsa.

Em vista do desdobramento, a oposição mudou o alvo de seus ataques para Swan, que assegura não ter dado nenhuma espécie de tratamento especial à requisição de Grant. Grant, que doou a Rudd uma picape usada durante a última campanha e no passado vendeu um carro a Swan, não teve aprovado seu pedido de empréstimo.

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