O presidente Hugo Chávez desfilou em carro aberto em Caracas antes de viajar para Cuba, na última sexta-feira| Foto: Juan Barreto/AFP

Nova cirurgia foi um sucesso e presidente passa bem, diz vice

Agência Estado

A cirurgia pela qual o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, passou para a retirada de um tumor na região pélvica foi um sucesso e agora ele se recupera num hospital de Cuba, afirmou ontem o vi­­ce-presidente venezuelano, Elias Jaua.

"O presidente Chávez está em boa condição física", disse Jaua à principal câmara da As­­sem­­bleia Nacional. "A extração total da lesão pélvica foi feita... não houve complicações em ór­­gãos próximos" e "nas próximas horas" os médicos vão determinar os procedimentos pós-cirúrgicos", acrescentou Jaua em declarações feitas na televisão.

Jaua não revelou onde Chávez foi operado, mas afirmou que seu estado de saúde é estável e que ele se recupera adequadamente.

O vice-presidente venezuelano disse que o tumor pode ser maligno, mas não havia informações que comprovassem a notícia. "Nas próximas horas, os estudos do tecido vão determinar o melhor tratamento para a lesão", disse Jaua.

"O presidente Chávez agradece ao povo venezuelano, do fundo de seu coração, pelo carinhoso companheirismo que recebeu." O presidente, que não passou o cargo para o vice durante sua au­­sência, está em contato próximo com autoridades governamentais, afirmou Jaua.

Chávez, de 57 anos, anunciou na semana passada que os médicos cubanos haviam encontrado um novo tumor em sua região pél­­vica, no mesmo lugar de onde foi retirado um outro tumor, do tamanho de uma bola de beisebol, no ano passado.

Ele viajou para Cuba na sexta-feira e disse que faria exames durante o final de semana e que a cirurgia seria realizada no início desta semana.

O jornalista venezuelano Nel­­son Bocaranda, que é considerado simpático à oposição ao governo venezuelano, foi o primeiro a divulgar, na semana passada, a notícia de que Chávez estava em Cuba. Ele afirmou que o presidente foi operado na noite de se­­gunda-feira e se recupera no hospital Cimeq, em Havana.

Autoridades da embaixada ve­­nezuelana em Cuba não responderam às várias ligações telefônicas feitas pela agência AP nos úl­­timos dias pedindo informações sobre Chávez.

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Os médicos russos e cubanos que atenderam o presidente venezuelano, Hugo Chávez, em junho do ano passado deram a ele entre um e dois anos de vida, divulgaram on­­tem os jornais espanhóis Pú­­blico e El País a partir de documentos re­­velados pelo WikiLeaks.

O site WikiLeaks teve acesso a milhares de e-mails da Stratfor Global Intelligence, uma empresa americana privada de segurança.

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Chávez está em Cuba desde sexta-feira, onde foi submetido a uma nova cirurgia para retirada de uma lesão na mesma região da qual foi extraído um tumor cancerígeno em junho.

Pelos e-mails, uma mensagem de 5 de dezembro enviada por George Friedman, fundador da Stratfor, para a diretora de análise da em­­presa revela as críticas da equipe médica russa sobre o primeiro tra­­tamento de Chávez em junho de 2011, quando ele foi ope­­rado de um abscesso pélvico em Ha­­va­­na. As informações partiram de uma fonte que trabalha com Is­­rael.

Os médicos russos disseram que os cubanos não têm equipamentos apropriados para tratar Chávez e os acusaram de terem feito uma "cirurgia incorreta" da primeira vez para tentar extrair o tu­­­mor, acrescenta o El País.

Poucos dias depois, esta equipe russa foi encarregada de fazer a segunda intervenção de "limpeza" na região pélvica, de onde foi re­­tirado um tumor. "É por isso que os russos dão menos de um ano de vida ao líder enquanto os cubanos dois", acrescenta a informação.

O informante detalha – ainda de acordo com o e-mail – que o tumor de Chávez começou com o surgimento de um volume "perto da próstata e que se estendeu pa­­ra o cólon". Conforme fontes médicas confiáveis, o câncer se propagou dos nódulos linfáticos até a medula óssea.

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O site do jornal espanhol Públi­­co também traz a mesma informação do WikiLeaks e ressalta que a citada equipe médica ga­­rante que o câncer de Chávez "se estendeu para os nódulos linfáticos e a medula espinhal".