Congo confirmou um caso de ebola em Mbandaka, uma cidade de 1,2 milhão de habitantes no Congo. É a primeira vez que a doença é registrada em áreas urbanas no mais recente surto. A Organização Mundial de Saúde (OMS) disse que é uma “virada de jogo” no combate à doença, já que ela é muito mais difícil de combater em áreas urbanas.
O caso aumenta o risco de contágio e transforma o atual surto no mais grave desde que uma epidemia da doença atingiu o Oeste da África entre 2014 e 2016. Antes, os registros da doença estavam limitados a uma área remota.
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O caso em Mbandaka é o terceiro confirmado no atual surto; outros 20 são prováveis e 21 são suspeitos. Já foram registradas 23 mortes. “É um grande avanço no surto”, diz Peter Salama, diretor-geral adjunto para resposta a emergências da Organização Mundial de Saúde (OMS). “O ebola urbano que é uma variante diferente do rural. O potencial para um aumento explosivo dos casos é muito grande.”
A cidade portuária de Mbandaka fica na margem esquerda do rio Congo, o segundo maior da África. Milhões de pessoas moram às margens do rio, e as capitais do Congo, da República Centro-Africana e da República do Congo estão localizadas às suas margens ou às de seus afluentes.
Combate complicado
O combate ao ebola é muito complicado, apesar de os recentes surtos terem sido acompanhados adequadamente pela OMS e por funcionários congoleses da saúde. A doença é endêmica no país. Este é o nono surto da doença desde os anos 70.
O atual surto no Oeste da África iniciou em 2014 e alcançou proporções epidêmicas . Foi o pior registrado, infectando mais de 28 mil pessoas e matando mais de 11 mil. Uma variante menor e desconhecida atingiu o Congo em 2014. A OMS foi acusada de responder lentamente em 2014, mas ela tomou medidas para assegurar que atue com maior rapidez.
A doença causa hemorragias internas e se espalha rapidamente por meio do contato com fluídos corporais, como a saliva. Os primeiros sintomas não são óbvios e os piores efeitos podem demorar algumas semanas para se manifestar. É frequentemente transmitida pelo consumo de carne contaminada ou pelo contato com um animal infectado.
Resposta eficaz
A resposta internacional ao recente surto foi substancial. A expectativa é de aumente em tamanho e urgência após o anúncio do caso na cidade. Na quarta, a OMS encaminhou 4 mil injeções de uma vacina experimental com eficácia comprovada em testes recentes.
A OMS também está enviando 30 especialistas à cidade e está trabalhando em conjunto com o Ministério da Saúde e parceiros para se envolverem com as comunidades na prevenção, tratamento e verificação de novos casos.
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A chuva persistente e a falta de estradas têm dificultado os esforços de conter o surto. Até quinta, casos tinham sido registrados só em Bikoro, uma pequena cidade, cujos serviços médicos são limitados. Motos e helicópteros são as únicas alternativas de chegar ao local. Um pequeno campo de aviação foi liberada para que pequenos aviões pousem com suprimentos. Parte da dificuldade em enviar a vacina ao local é que ela precisa ser transportada e armazenada a temperaturas entre -76°C e -112°C, o que requer poderosos refrigeradores.
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