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Eclipse era visível em um corredor de aproximadamente 250 quilômetros de largura, segundo a Nasa, e foi visto em países populosos, como China e Índia | Shi Tou/Reuters
Eclipse era visível em um corredor de aproximadamente 250 quilômetros de largura, segundo a Nasa, e foi visto em países populosos, como China e Índia| Foto: Shi Tou/Reuters

Um eclipse solar total cobriu de sombras na quarta-feira (22) uma estreita faixa da Ásia, onde centenas de milhões de pessoas viram o céu escurecer, embora em alguns lugares as espessas nuvens de verão tenham bloqueado a imagem.

Este eclipse total, o mais longo do século 21, projetou-se sobre os países mais populosos do mundo, a China e a Índia, durante o seu percurso ao longo de metade do planeta. Ele era visível em um corredor de aproximadamente 250 quilômetros de largura, segundo a Nasa.

Na Índia, onde há muitas superstições ligadas a eclipses, as pessoas se aglomeraram nos becos da antiga cidade sagrada hindu de Varanasi e aproveitaram para mergulhar no Ganges, o que supostamente as liberta do ciclo de vida e morte.

Entoando hinos hindus, milhares de homens, mulheres e crianças entravam nas águas com as mãos postas e rezavam na hora em que o sol ressurgiu em meio ao céu nublado.

"Viemos aqui porque os nossos anciões nos disseram que esta é a melhor hora para melhorar o nosso pós-vida", disse Bhailal Sharma, camponês que vive no centro da Índia e participou de uma excursão com cerca de cem pessoas.

Para uma mulher de 80 anos, a viagem foi fatal - segundo a polícia, ela foi sufocada no meio da multidão no Ganges.

Milhões de indianos se dividem sobre a interpretação adequada para o eclipse. Quem o considera auspicioso se banha nas águas sagradas. Astrólogos, no entanto, alertam que o fenômeno pode ser prenúncio de má sorte. Muitas grávidas pediram aos médicos que adiem ou antecipem seus partos para evitar complicações ou um futuro miserável para seus filhos.

O eclipse passou ainda sobre Bangladesh, Nepal, Butão, Mianmar e sobre as populosas cidades à beira do rio chinês Yangtze, antes de alcançar o Pacífico.

No Nepal, país de maioria hindu, o governo declarou feriado na quarta-feira, e milhares de pessoas buscaram a purificação nas águas.

Na região central da China, uma multidão se reuniu ao longo dos elevados diques da cidade industrial de Wuhan, gritando e acenando para se despedir da última fatia do Sol - embora as nuvens tenham enganado muita gente, que confundiu céu nublado com eclipse.

"Assim que a totalidade aconteceu, as nuvens se fecharam, então não pudemos ver a coroa. É uma pena", disse Zhen Jun, que ganhou folga no trabalho para ver o espetáculo.

A população do centro da China ainda teve mais sorte que a do litoral, onde o céu fortemente nublado e a chuva chegaram a tapar totalmente a visão do fenômeno.

Para os cientistas, o eclipse representa uma rara oportunidade de observar a coroa do sol, ou seja, os gases que cercam a nossa estrela.

"Este é de fato um evento muito importante para os experimentos científicos. Sua longa duração gera uma oportunidade para fazer experimentos muito complicados e complexos", disse Harish Bhatt, reitor do Instituto Indiano de Astrofísica, de Bangalore.

Na China, segundo ele, os cientistas planejavam tirar cerca de uma foto por segundo da coroa do Sol, cuja temperatura chega a 2 milhões de graus Celsius.

De acordo com a Nasa, a duração máxima do eclipse foi de 6 minutos e 39 segundos, sobre o Pacífico. Um outro mais longo do que este deve acontecer só em 13 de junho de 2132, de acordo com o site da agência espacial norte-americana.

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